PSD irá abster-se na votação da moção de censura ao Governo

A moção da IL tem chumbo garantido no Parlamento, mas havia expectativa sobre o sinal político que seria dado pelo PSD. Esta terça-feira Montenegro disse que o PSD não é “um partido de protesto”.

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Luís Montenegro, líder do PSD, propôs a abstenção à bancada parlamentar social-democrata LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O PSD junta-se ao Bloco de Esquerda e irá abster-se na votação da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal (IL), que tem chumbo garantido no Parlamento (com os votos contra do PS e do PCP) e nenhuma consequência para o executivo sustentado pela maioria absoluta da bancada parlamentar socialista. Mas até ao fim do dia houve expectativa sobre qual seria o sentido de voto dos sociais-democratas e o sinal político que Luís Montenegro quis passar.

A decisão do PSD foi anunciada já ao início da noite de terça-feira, depois de duas reuniões — a primeira entre a comissão política nacional e a segunda entre o líder do PSD e a bancada parlamentar do partido — e por indicação de Luís Montenegro.

À saída do encontro de quase duas horas, o líder social-democrata afirmou que a decisão do sentido de voto teve "um apoio esmagador".

Aos sociais-democratas, Montenegro defendeu que “votar a favor é pretender derrubar o Governo” e “abrir uma crise política e consequentemente pedir eleições”, lembrando que “os portugueses votaram há menos de um ano e isso tem de ser respeitado”. Cá fora, no final do encontro, Montenegro reforçou a legitimidade do Governo para executar o seu programa. Por isso, "estar a agravar a crise" num "desrespeito pela vontade dos portugueses e pela situação concreta" do país. "Decidimos não derrubar o Governo e dizemos isso com toda a frontalidade. Se o Governo cessasse funções agora acrescentaria mais problemas a Portugal. O que este Governo tem de fazer é governar bem. A prioridade da população não é mudar de Governo, é que o Governo governe bem", disse.

Repetindo o que já tinha afirmado na segunda-feira, Montenegro argumentou que a preocupação com os portugueses está focada “no aumento do custo de vida, na falta de resposta dos serviços públicos, com o SNS num autêntico caos, com a falta de capacidade reformista do Governo, com os impostos máximos”, apurou o PÚBLICO.

“O Governo merece oposição às suas políticas mas deve governar, não ter um pretexto para fugir às suas responsabilidades”, afirmou o líder dos sociais-democratas durante o encontro.

Montenegro insistiu que “não é um partido de protesto”, mas “de Governo”. “Em suma, o PSD não está nem do lado da inconsequência, nem do lado da incompetência”, resumiu.

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