António Costa admite voltar a candidatar-se às legislativas de 2026

Numa entrevista gravada a 21 de Dezembro, antes da polémica da TAP, o primeiro-ministro admite concorrer a novas legislativas em 2026 e garante que não pensa em futuros cargos em Bruxelas.

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António Costa admite recandidatar-se à liderança do PS em 2025 LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS

Se em Agosto de 2021 António Costa afirmava que em 2023 esclarecia se se recandidatava, 2022 termina com o primeiro-ministro a adiar esse anúncio. E a admitir candidatar-se, novamente, nas eleições legislativas de 2026, enquanto líder do PS. “Em Outubro de 2026 verei o que irei fazer a seguir", afirmou António Costa ao jornal Expresso, numa entrevista ao podcast Deixar o Mundo Melhor, abrindo a porta a mais dois mandatos como secretário-geral do PS.

“O PS tem um congresso em 23, tem outro em 25, temos muito tempo pela frente”, afirmou Costa, reeleito secretário-geral do PS em Agosto do ano passado. Se decidir não concorrer à liderança do PS em 2025 (ou se for derrotado), Costa pode ter mais um ano de mandato de primeiro-ministro sem ser o líder dos socialistas. Caso se recandidate e vença as eleições de 2026, António Costa poderá chegar aos 13 anos no cargo de primeiro-ministro.

Numa entrevista que foi gravada dias antes de ser conhecida a polémica da indemnização da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, Costa reconheceu a demora na decisão do futuro do próximo aeroporto e confessou não acreditar numa solução consensual. "Acho que ficará nos manuais de como não fazer. Agora, demos um primeiro passo, que é muito importante, que é entendermo-nos sobre a metodologia", acrescentou, em relação ao entendimento tido com o líder do PSD, Luís Montenegro.

"O decisor político, depois, vai ter de fazer aquilo que compete ao decisor político: tomar a decisão. Como nós sabemos que é um tema que apaixona a sociedade, os especialistas e os peritos, nunca haverá uma solução unívoca. Digo sempre a brincar que há uma coisa de que nós podemos estar certos: há tantas soluções que provavelmente nunca terão mais de 20% de apoio. Significa que qualquer das soluções terá sempre 80% de oposição", acrescentou.

António Costa conta que, na lista de cargos políticos que exerceu, só não gostou de ser líder parlamentar do PS. “Cumpri-a, enfim, acho que com brio, mas sem gosto", conta, referindo-se ao período que coincidiu com o Governo de Durão Barroso. "Fora essa, tenho tido a felicidade de ter só funções na vida política de que gosto muito. Adorei ser presidente da Câmara, adorei ser ministro da Justiça, adorei ser ministro de Estado e da Administração Interna. Gosto muito das funções que actualmente exerço e, portanto, olhe: tenho tido felicidade”, diz.

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