João Cravinho critica demora da TAP nas respostas ao Governo e pede “bom senso”

O antigo governante defendeu as perguntas enviadas pelo Governo e afirma que cabe à TAP responder “rapidamente”.

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João Cravinho foi ministro do Equipamento entre 1996 e 1999 Daniel Rocha

João Cravinho, antigo ministro do Equipamento entre 1996 e 1999 e antigo responsável pela tutela da TAP, afirma que a companhia aérea deveria responder às perguntas que o Governo enviou no máximo em 24 horas. "Considero que um caso destes deve ser respondido em 24 horas, se há uma justificação jurídica que foi contemplada em tempo e levou à decisão que a TAP tomou, essa decisão pode ser comunicada nos seus fundamentos em menos de 24 horas", afirmou, em declarações à TSF.

O Governo pediu informação à TAP sobre o enquadramento jurídico da saída da actual secretária de Estado do Tesouro da TAP, Alexandra Reis, bem como da indemnização de 500 mil euros que recebeu. Para João Cravinho, não existem razões para que o despacho assinado por Fernando Medina e Pedro Nuno Santos continue à espera de resposta, porque se trata de um processo jurídico.

"O Governo pediu esclarecimentos, como aliás o Presidente da República parece que os pediu. Vamos ver o que há de bom e mau no caso. Mais do que a lei, que se aplique o bom senso político", pediu João Cravinho.

Para o antigo governante socialista, este caso não abona a favor da imagem da TAP e argumenta que casos como este aumentam a desconfiança nas instituições e na gestão feita pelos governos. "Tudo quanto suscite um certo alvoroço quando não há informação completa e decisão correspondente não representa um bom funcionamento do Estado", afirmou o antigo governante.

Esta não foi a primeira crítica ao processo. Já na noite de segunda-feira, a deputada socialista e ex-ministra Alexandra Leitão afirmou que era preciso avaliar as condições para a continuidade em cargos públicos e insistindo na exigência de “explicações cabais” sobre se a actual secretária de Estado “renunciou ou não renunciou ao cargo na TAP", e sobre qual o estatuto que se lhe aplica.

“Independentemente dessas explicações” - e não estou a falar do caso concreto -, em geral, quando se está no cargo político, aquilo que o próprio e quem o nomeia tem de ponderar é se se mantêm condições objectivas para exercer o cargo com legitimidade, eficiência e eficácia. Se sim, sim. Se não, não. Mas não estou a dizer que este caso tem ou não tem, estou a dizer que este é uma espécie de teste de algodão pelo qual todos os membros do Governo têm de passar", afirmou a deputada socialista.

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