Tempestade perigosa condiciona Natal de milhões de pessoas nos EUA

Na Pensilvânia, a temperatura pode chegar aos 13 graus negativos, o mínimo desde que há registos. E as capitais de estados como a Florida e a Georgia também registam mínimos históricos.

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Mais de 5700 voos foram cancelados neste sábado nos EUA Reuters/Mark Hoffman/USA TODAY NETWORK

Uma “tempestade perigosa”, como lhe chama a meteorologia norte-americana, está a afectar uma grande parte dos Estados Unidos, com milhões de pessoas sem energia ou impedidas de viajar no Natal.

Prevê-se que a temperatura mínima na cidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, chegue aos 13 graus negativos, ultrapassando o anterior mínimo de 10 graus negativos registado na véspera de Natal de 1983. E as capitais de estados como a Florida e a Georgia, no sul do país, vão também atingir novos mínimos desde que há registos, enquanto a capital do país, Washington D.C., poderá registar as temperaturas mais baixas desde 24 de Dezembro de 1906.

Mais de 200 milhões de pessoas estavam na sexta-feira sob alguma forma de aconselhamento ou aviso meteorológico de Inverno, por estarem em zonas onde ocorrem ou para onde são esperados efeitos da tempestade, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês).

O mapa do serviço meteorológico “retrata uma das maiores extensões de avisos meteorológicos de Inverno de sempre”, afirmaram os meteorologistas num comunicado divulgado na sexta-feira e citado pela agência norte-americana AP.

Esta grande tempestade, que ocorre “uma vez por geração”, segundo o NWS, começou a afectar a região do Midwest, mas estava a intensificar-se e já se espalhou para leste, tanto a norte como a sul.

Pelo menos 458 mil residências e estabelecimentos comerciais estavam sem electricidade na sexta-feira, segundo a AP.

Voos cancelados

Neste sábado, mais de 5700 voos tinham sido cancelados, muitos deles em grandes cidades como Nova Iorque, Detroit, Seattle, Chicago, Denver e Boston, de acordo com dados do site de aviação FlightAware, noticiou a agência Reuters.

Três aeroportos regionais e um aeroporto internacional (Michigan) foram encerrados e vários suspenderam as operações de descolagem, de acordo com o site da Autoridade Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês).

Os problemas de transporte estão também a afectar empresas de comboios e autocarros, como a Greyhound, a maior delas, que já avisou que muitas rotas no nordeste ou centro-oeste podem ser canceladas ou interrompidas.

A enorme tempestade estendeu-se de fronteira em fronteira, segundo a AP.

No Canadá, a WestJet cancelou todos os voos no Aeroporto Internacional Toronto Pearson.

No México, migrantes concentraram-se perto da fronteira dos Estados Unidos sob temperaturas invulgarmente frias enquanto aguardavam uma decisão do Supremo Tribunal norte-americano sobre o levantamento de restrições aprovadas durante a pandemia de covid-19 que impedem muitos de procurar asilo.

No seu site, o NWS advertiu para a natureza extraordinária desta “imensa tempestade” e anunciou que fortes chuvas irão afectar grande parte do país, especialmente o leste, durante o dia.

Entre outras inclemências, o instituto alertou para a poderosa “frente árctica” que está a varrer grande parte do leste do país, para fortes nevões que irão cobrir a região dos Grandes Lagos e a área da Nova Inglaterra, e para “precipitações significativas” que podem também atravessar o noroeste.

Os meteorologistas esperam mesmo que um ciclone bomba — quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente numa forte tempestade — se desenvolva perto dos Grandes Lagos.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, apareceu publicamente na quinta-feira para avisar a população que deve levar a tempestade “extremamente a sério” e pedir-lhe que siga as recomendações das autoridades.

“Isto não é como um dia de neve quando se era criança”, disse Biden na Sala Oval da Casa Branca, após uma reunião com funcionários federais. “Isto é coisa séria”, alertou o Presidente dos Estados Unidos.

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