Baixa do Porto perde mais um café: o Vitória fechou

Aberto em Dezembro de 2010, o Café Vitória também funcionava como bar e tinha um restaurante e um jardim no logradouro do edifício.

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Café Vitória abriu em Dezembro de 2010 na Rua José Falcão NFACTOS/Fernando Veludo

Não pertencia aos históricos da cidade, mas tinha já um lugar na baixa do Porto. O Café Vitória, na Rua José Falcão, é o terceiro café a fechar na cidade no mês de Dezembro: depois do Embaixador, protegido pelo programa camarário de lojas históricas, também o Capitólio não resistiu a processos de despejo.

O Café Vitória comunicou o fim numa publicação nas redes sociais que gerou vários comentários de tristeza, agradecimento e alguma revolta. O PÚBLICO tentou contar os proprietários, mas até agora não teve sucesso.

“Tudo o que é bom tem um fim. E o nosso chega agora. Dissemos o nosso último ‘a entrada é pela outra porta’, ou ‘para pagar é no balcão de trás’. Está na hora de arrumar a sala”, escreveram, descrevendo o café como geografia de “encontro de muitos: amigos que se juntam, viajantes que se encontram, amores que se fazem e desfazem”.

Aberto em Dezembro de 2010, o Café Vitória chegava a um outro Porto, referem os próprios no mesmo texto. Apesar de funcionar também como bar, o Vitória era também muito diurno e tinha um restaurante e um jardim no logradouro do edifício quase centenário.

Nas redes sociais, muitos lamentam o fim do espaço, questionam-se se o edifício será mais um hotel, recordam momentos ali passados. “Parece que está a haver uma limpeza do que restava do Porto”, lê-se num comentário.

Esta semana, também o Café Capitólio, na Avenida dos Aliados, fechou. O senhorio já anunciou o despejo a todos os arrendatários do edifício e a convicção de quem por ali trabalha é de que irá nascer mais um hotel.

Não muito longe dali, na Rua Sampaio Bruno, o Café Embaixador, com 63 anos de história, também encerrou no início do mês. Neste caso, os 16 trabalhadores ficaram sem emprego e também sem as indemnizações a que têm direito. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte vai avançar, por isso, com uma queixa-crime.

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