Arábia Saudita pode vir a juntar Ronaldo e Messi com vista ao Mundial 2030

O Al-Nassr terá sido o único clube a oferecer um contrato a Ronaldo e este pode incluir ser embaixador da candidatura saudita ao Mundial 2030. Quem já tem contrato assinado com o país é Messi.

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Cristiano Ronaldo celebra golo marcado contra o Gana, no Mundial 2022, com imagem de Lionel Messi por trás. EPA/ABIR SULTAN

Já havia sido noticiado pelo diário espanhol Marca, durante o Mundial 2022, que Cristiano Ronaldo recebera uma proposta do clube saudita Al-Nassr e que a iria aceitar. O português, na altura, negou-o. Agora, o jornal volta a afirmar que a Arábia Saudita será mesmo o próximo destino de CR7, assim como outro jornal espanhol, o As.

Para além de competir na Liga saudita (que o Al-Nassr lidera) até Junho de 2025, a Marca acrescenta que após essa data Cristiano Ronaldo seria embaixador da candidatura conjunta da Arábia Saudita, Egipto e Grécia à organização do Mundial 2030. A verificar-se este cenário, tal significaria que Ronaldo iria competir contra a candidatura (já anunciada) de Portugal, Espanha e Ucrânia à organização do mesmo evento - o anúncio do vencedor só será conhecido em 2024, dando aos países organizadores somente seis anos para preparar o evento (uma redução significativa em relação aos 12 de que o Qatar dispôs).

Por ser um dos jogadores mais populares do planeta (é, por exemplo, a pessoa com o maior número de seguidores na rede social Instagram, com mais de 520 milhões), Cristiano Ronaldo seria uma figura importante para a candidatura de Arábia Saudita, Egipto e Grécia. Mas, apesar de este ainda ser um cenário por confirmar, o país do Médio Oriente já conta com a ajuda de Lionel Messi, no caso, para promover o turismo saudita.

A candidatura sul-americana

Em Agosto deste ano, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai anunciaram também a sua candidatura à organização do Mundial 2030, 100 anos após a primeira edição do evento, que ocorreu precisamente no Uruguai.

O argumento sentimental é mesmo a principal força desta candidatura, como admitiu o presidente do Uruguai, Lacalle Pou (citado pela ESPN): “O futebol tem uma dívida moral para com aqueles que sonharam e fizeram com que o primeiro Mundial fosse possível, por isso é que a competição tem de regressar onde começou. Não temos grandes recursos económicos, mas podemos apontar para a história.”

Em 2017, já se sabia da intenção de pelo menos a Argentina e o Uruguai organizarem o evento, quando Luis Suárez e Lionel Messi (na altura, companheiros de equipa no Barcelona), entraram em campo usando camisolas respectivamente com os números 20 e 30, simbolizando o ano de 2030. No entanto, as acções de Messi nos próximos anos poderão contribuir para que o Mundial não volte ao local onde começou.

Em Maio, antes de conquistar o Mundial 2022, foi dado a conhecer que o jogador do Paris Saint-Germain assinara um contrato com a Arábia Saudita para promover o turismo no país até 2030, com o site desportivo The Athletic a reportar que esse contrato renderá cerca de 25 milhões de libras por ano ao jogador (cerca de 28,5 milhões de euros, à taxa actual).

Desde então, nas suas redes sociais, Messi tem publicado conteúdo incentivando os seus seguidores e visitarem o país do Médio Oriente. E o site de promoção do turismo da Arábia Saudita até tem uma página dedicada aos destinos favoritos de Messi no país. O início deste acordo foi formalizado no Twitter por Ahmed Al Khateeb, o ministro do turismo saudita.

A potencial associação entre dois dos jogadores mais populares do planeta com o regime saudita não deixará de ser polémica, dados os abusos de direitos humanos da Arábia Saudita, como por exemplo em relação aos direitos das mulheres, ou das pessoas da comunidade LGBTQ+, ou da ligação ao assassinato do jornalista saudita do Washington Post, Jamal Khashoggi, em 2018.

Ainda assim, a ligação de Messi ao país já é oficial, resta saber se Cristiano Ronaldo "jogará na mesma equipa".

Texto editado por Jorge Miguel Matias

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