Sonae lança nova OPA para retirar Sonaecom de bolsa

Contrapartida oferecida é de 2,50 euros por acção, o que constitui um prémio de 25% face à cotação de ontem e de 32,6% face à média ponderada dos últimos seis meses.

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Cláudia Azevedo lidera o grupo Sonae Nelson Garrido

Confirmou-se a divulgação de informação relevante sobre a Sonaecom, embora sem grande surpresa. A Sonae anunciou esta quarta-feira o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as acções não detidas da Sonaecom, que representam cerca de 10%, com o propósito de a retirar de bolsa.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu esta quarta-feira a negociação das acções da Sonaecom, aguardando a divulgação de informação relevante, que agora se concretizou. Entretanto, a suspensão já foi levantada, anunciou a entidade.

A contrapartida oferecida na oferta preliminar é de 2,50 euros por acção, a pagar em numerário, um valor que será ajustado em caso de distribuição de dividendos, reservas ou outro, refere a informação divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que esta tarde suspendeu a negociação de acções da empresa.

O grupo Sonae (proprietário do PÚBLICO) diz deter actualmente 88,36% do capital social da Sonaecom e 89,97% dos direitos de voto.

A oferta está condicionada a aquisição de acções que permitam ultrapassar 90% dos direitos de voto da sociedade visada, ou seja, pouco mais de 0,03%, e a confirmar-se esse objectivo o grupo adianta que recorrerá ao mecanismo de aquisição potestativa, resultando na exclusão da negociação das acções em mercado.

De acordo com a informação divulgada, a contrapartida de 2,50 euros por acção representa um prémio de 32,6% em relação ao preço médio ponderado das acções da Sonaecom no mercado regulamentado Euronext Lisbon nos últimos seis meses e um prémio de 25% face ao preço de fecho do dia 20 de Dezembro, o qual ascendeu a 2,00 euros.

Em comunicado, a Sonae refere que o controlo exclusivo “permitirá uma maior eficiência e flexibilidade na gestão operacional dos negócios detidos pela Sonaecom e a exploração de novas oportunidades de desenvolvimento do seu portefólio”. Esta sub-holding do Grupo Sonae detém activos nas áreas de tecnologia, media e telecomunicações, nomeadamente a participação na Nos.

O grupo liderado por Cláudia Azevedo apresenta ainda a oferta como uma oportunidade para os accionistas da Sonaecom materializarem “o valor das suas acções com importantes ganhos face aos valores de referência do mercado”.

Em 2013, a Sonaecom lançou uma oferta pública de aquisição parcial e voluntária sobre acções representativas de 24,16% do seu próprio capital social, oferecendo, como contrapartida, acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de €0,01 (um cêntimo de euro) da Zon Optimus, SGPS, S.A e numerário. Dessa oferta, resultou a aquisição de 15% de acções próprias, que foram depois extintas através de redução do capital social e redução do valor nominal das restantes acções.

Após aquela OPA, o Comité do PSI20 decidiu excluir a Sonaecom do principal índice da bolsa de Lisboa.

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