Sonae notifica Concorrência do controlo exclusivo da Nos

Grupo liderado por Cláudia Azevedo comunicou formalmente à Autoridade da Concorrência que passou a controlar a operadora de telecomunicações

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Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae Nelson Garrido

A empresa-mãe do grupo Sonae, a Sonae SGPS, notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da “aquisição do controlo exclusivo sobre a Nos, SGPS, S.A., e, indirectamente, sobre a Nos Comunicações, S.A”.

No total, a empresa presidida por Cláudia Azevedo tem, directa e indirectamente, mais de um terço do capital e direitos de voto da empresa de telecomunicações (36,8%).

A holding do grupo Sonae é igualmente proprietária da Sonaecom (dona do PÚBLICO) que, no final de Setembro, anunciou ao mercado o fim do acordo parassocial que regia as relações entre os accionistas da Zopt, o veículo criado há quase dez anos para partilhar o controlo da operadora de telecomunicações com as sociedades da empresária angolana Isabel dos Santos, cujos activos foram entretanto arrestados judicialmente.

Segundo o comunicado divulgado a 28 de Setembro à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonaecom deixou de ser accionista da Zopt (que ficou entregue às entidades detidas por Isabel dos Santos).

A assembleia geral da Zopt aprovou a amortização da participação da Sonaecom naquela sociedade e a restituição das prestações acessórias (empréstimos do accionista) que tinha efectuado, em troca das acções representativas de 26,075% da Nos “que não se encontram oneradas”, e ainda de “uma importância em dinheiro”.

As alterações na estrutura accionista da Nos iniciaram-se após o escândalo Luanda Leaks, no início de 2020, que espoletou a queda do império empresarial de Isabel dos Santos, e levou a que três administradores da operadora ligados à empresária (incluindo o presidente do conselho de administração, Jorge Brito Pereira) fossem afastados.

Com a ruptura definitiva com a accionista angolana, a Sonae conseguiu adquirir uma participação directa na Nos com o apoio do BPI. Neste momento, além dos 26,075% detidos pela Sonaecom, a casa-mãe do grupo Sonae (que “é exclusivamente controlada pela Efanor Investimentos, SGPS, S.E., holding dos herdeiros de Belmiro de Azevedo”) tem ainda uma posição directa de 10,78% na empresa de telecomunicações.

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