Galp reforça compra de gás aos Estados Unidos a partir de 2027

Empresa norte-americana com exploração no Sul do Texas fornecerá um milhão de toneladas de gás natural por ano durante duas décadas.

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Portugal importa todo o gás natural usado no consumo Daniel Rocha

A petrolífera Galp anunciou nesta terça-feira que vai começar a comprar gás natural liquefeito (GNL) à empresa norte-americana NextDecade Corporation a partir de 2027, o que lhe permitirá reforçar os fornecimentos com origem nos Estados Unidos da América (EUA), a quem compra cerca de um terço do GNL. O acordo celebrado é para 20 anos.

Com esta nova decisão, a companhia portuguesa vai complementar as compras de gás ao mercado norte-americano durante o próximo ano, à semelhança do que acontece com a importação de gás de uma outra empresa com a qual celebrou um acordo em 2018, a Venture Global, a quem vai iniciar compras durante o próximo ano.

Em comunicado (apenas disponibilizado no site da CMVM em inglês), a empresa liderada por Andy Brown diz que a negociação agora fechada com a NextDecade vai permitir ao grupo melhorar “o acesso da Galp a volumes de GNL proveniente dos Estados Unidos da América”, dando maior “flexibilidade” e acrescentando “diversidade geográfica” e “competitividade à sua carteira de aprovisionamento”.

O acordo com esta empresa compreende a entrega de “um milhão de toneladas anuais de GNL proveniente do projecto Rio Grande LNG, no Texas, durante um período de 20 anos”. As entregas comerciais estarão indexadas ao ponto virtual de negociação Henry Hub “numa base FOB [do inglês free on board] acrescida de uma taxa fixa de liquefacção”, refere a Galp.

No Sul do Texas, diz a companhia no mesmo comunicado, a NextDecade está a desenvolver um projecto de venda de gás natural liquefeito ao estrangeiro, chamado RGLNG, que está “associado a um dos maiores projectos de captura e armazenamento de carbono (CCS) em curso na América do Norte”.

Portugal importa todo o gás natural de que precisa para consumo e, ao longo dos anos, a origem dos fornecimentos tem variado, embora os maiores exportadores sejam a Nigéria e os Estados Unidos, como refere a Galp numa informação publicada em Outubro no seu site.

A maior parte do gás chega a Portugal por via marítima, transportada em estado líquido para ser transformada, nas instalações da Galp, em estado gasoso, para poder ser injectado na rede de gás natural nacional.

Além da Nigéria e dos Estados Unidos, há outros mercados que têm vindo a fornecer gás a Portugal nos últimos anos, como Trindade e Tobago, Angola, Guiné Equatorial e Rússia, diz a Galp no seu site, vincando que, no caso russo, as primeiras compras só aconteceram em 2019, por via marítima.

Em 2021, diz a Galp na mesma informação no seu site, Portugal “importou 49,5% do seu gás natural à Nigéria, 33,3% aos Estados Unidos e a Rússia representou apenas uma fatia de 10,2% nestas importações. Os restantes 7% dividem-se entre outros países como a Argélia, que historicamente, na última década, foi o maior fornecedor de gás natural a Portugal”.

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