DeSantis ganha vantagem substancial sobre Trump entre os republicanos

Duas sondagens colocam o governador da Florida à frente das preferências dos eleitores do Partido Republicano com um avanço confortável sobre o ex-Presidente dos EUA.

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Ron DeSantis é uma estrela em ascensão no Partido Republicano Reuters/MARCO BELLO

Ron DeSantis ainda não anunciou a candidatura às eleições presidenciais nos Estados Unidos de 2024, mas começa a assumir-se como favorito à nomeação no Partido Republicano. Duas sondagens, publicadas no espaço de 24 horas, dão ao governador da Florida uma confortável vantagem sobre Donald Trump, confirmando o declínio na popularidade do ex-Presidente entre os republicanos.

Numa sondagem publicada esta quarta-feira pelo Wall Street Journal, realizada entre eleitores republicanos, DeSantis reúne 52% das preferências, enquanto Trump, o único candidato a anunciar até agora a entrada na corrida à Casa Branca daqui por dois anos, recolhe 38% das intenções de voto para as primárias do Partido Republicano.

No inquérito, o governador da Florida, que foi reeleito para o cargo em Novembro com uma vantagem de 19 pontos percentuais sobre o adversário do Partido Democrata, reúne a opinião favorável de 86% dos republicanos inquiridos, acima do ex-Presidente, visto favoravelmente por 74%. Apenas um em cada dez prováveis eleitores nas primárias do Partido Republicano disse não saber o suficiente sobre DeSantis para arriscar uma opinião sobre ele.

A popularidade de Donald Trump medida pelas sondagens do Wall Street Journal está no nível mais baixo desde Novembro de 2021. Desde Março, a avaliação favorável do anterior Presidente norte-americano entre os eleitores republicanos caiu de 85% para 74%, enquanto a parcela que o vê desfavoravelmente subiu de 13% para 23%.

O declínio da popularidade de Trump entre os eleitores do Partido Republicano coincide com uma série de derrotas nas eleições intercalares de Novembro de candidatos promovidos pelo ex-Presidente, visto como responsável pela inesperada curta maioria conquistada pelos republicanos na Câmara dos Representantes e pela vitória democrata no Senado.

Na terça-feira, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, culpou directamente Donald Trump pelos problemas de “qualidade dos candidatos” com que o seu partido se debateu nas eleições intercalares.

“Acabámos por ter um problema com a qualidade dos candidatos. Veja-se o Arizona, o New Hampshire e também a situação desafiante na Georgia”, afirmou McConnell, referindo-se aos estados em que os candidatos republicanos ao Senado foram escolhidos por Trump.

“A nossa capacidade de controlar os resultados das primárias foi bastante limitada porque o apoio do ex-Presidente acabou por ser decisivo. Devíamos ter feito melhor com as cartas que foram dadas”, acrescentou.

Um dia antes do Wall Street Journal, também o USA Today, em conjunto com a Universidade de Suffolk, publicou uma sondagem pouco animadora para Trump, deixando-o a 23 pontos percentuais de DeSantis. O ex-Presidente, a braços com vários problemas legais, recolheu a preferência de 33% dos republicanos inquiridos na pesquisa, enquanto o governador da Florida foi escolhido por 56%.

“Os republicanos e os conservadores independentes querem cada vez mais o ‘trumpismo’ sem Trump”, comentou David Paleologos, director do Centro de Investigação Política da Universidade de Suffolk, citado pelo USA Today.

Já num potencial duelo com Joe Biden nas eleições presidenciais de 2024, Donald Trump voltaria a perder para o actual Presidente dos EUA por 47% contra 40%. No entanto, se o adversário fosse Ron DeSantis, Biden perderia por quatro pontos (43% contra 47% do republicano), segundo a sondagem do USA Today.

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