Mais de 170 crianças hospitalizadas em Portugal devido ao vírus sincicial

Em Portugal, desde o final de Novembro que se regista uma tendência crescente de hospitalizações de crianças com menos de dois anos relacionadas com a infecção pelo vírus sincicial respiratório.

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Metade das crianças hospitalizadas em Portugal devido a infecção pelo RSV tinham menos de três meses Aditya Romansa/Unsplash

Um total de 171 crianças, metade das quais com menos de três meses, foram hospitalizadas em Portugal devido a infecção com o vírus sincicial respiratório (RSV), anunciou esta segunda-feira o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

"Em Portugal [a partir da última semana de Novembro], as autoridades reportaram uma tendência crescente nas hospitalizações relacionadas com o RSV de crianças com menos de dois anos. Nesta faixa etária, houve 171 hospitalizações acumuladas durante a presente temporada, com cerca de 50% dos casos com idades de menos de três meses", refere uma análise de risco do ECDC divulgada esta segunda-feira.

Segundo o centro europeu, a infecção por RSV geralmente causa doença leve, mas a gravidade das manifestações clínicas varia consideravelmente consoante a idade.

Os grupos mais afectados pela doença grave provocada por este vírus são as crianças com menos de cinco anos, especialmente bebés com menos de seis meses, adultos com idade igual ou superior a 65 anos e pessoas com comorbilidades específicas.

"As hospitalizações causadas pelo RSV e outros agentes patogénicos respiratórios, como o vírus da gripe e o SARS-CoV-2, estão a aumentar em alguns Estados-membros e já estão a exercer pressão sobre os sistemas de saúde", alerta o ECDC.

O centro avalia o risco de infecção por RSV como baixo para a população em geral e elevado para crianças com menos de seis meses, adultos com mais de 65 anos ou mais, e pessoas com doenças específicas.

"O risco de que o RSV, o vírus da gripe e o SARS-CoV-2 pressionem os sistemas de saúde nas próximas semanas é avaliado como elevado" nos países europeus, avança o documento.

O centro adianta ainda que os países da União Europeia e Espaço Económico Europeu (EU/EEE) estão também a "viver uma época de gripe precoce e um possível ressurgimento da covid-19", após semanas de declínio dos casos e das hospitalizações.

"A época festiva de fim de ano está associada a actividades como encontros sociais, compras e viagens, que representam riscos adicionais significativos para a transmissão do RSV e outros vírus respiratórios", salientou a directora do ECDC.

Perante isso, Andrea Ammon defendeu que o reforço dos sistemas de saúde e o apoio aos profissionais de saúde "devem ser prioritários", devido ao risco de forte pressão nas próximas semanas.

O ECDC recomenda que os países implementem uma comunicação de risco ao público, promovendo a importância da vacinação contra a gripe sazonal e a covid-19, e uma melhor a vigilância do RSV e a testagem dos vírus respiratórios. "Nesta altura do ano as infecções por RSV não são incomuns, no entanto este ano há mais actividade de RSV e começou mais cedo do que nas estações pré-covid-19", sublinha o centro europeu.

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