Palcos da semana

Circo contemporâneo em Estufa, 20 anos de Festa do Jazz, magia Impossível ao Vivo, o regresso da Cinematic Orchestra e Entropia na mina.

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Trilok Gurtu encabeça o cartaz da Festa do Jazz DR
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A Cinematic Orchestra regressa com novo espectáculo visual DR
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Shelí é uma das peças em estreia na mostra Estufa DR
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Impossível ao Vivo reúne os truques de cinco ilusionistas DR
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Marina Nabais e Ricardo Machado estreiam uma Entropia inspirada na Mina de São Domingos Sónia Godinho

Vinte anos em festa

O compositor e percussionista indiano Trilok Gurtu traz o virtuosismo das baquetas à companhia de um luxuoso conjunto de improvisadores portugueses, Salvador Sobral canta Cosa de Dos com o pianista Marco Mezquida e o contrabaixista Hugo Carvalhais contribui com Ascetica.

São três marcos do vasto programa da Festa do Jazz, que este ano celebra o 20.º aniversário no papel do “maior e mais completo observatório do jazz feito em Portugal, criando momentos únicos de revelação de novos talentos e de novas propostas de músicos consagrados”, sublinha Carlos Martins, o director artístico.

Para este ponto de encontro convergem também Nazaré da Silva, Lantana, Jazzopa, Marques/Cabaud Quarteto, o DLW de Christian Lillinger e muitos outros, sem esquecer as escolas de jazz vindas de todo o país. Debates, jam sessions e prémios completam o cartaz.

Aguardado (e orquestrado) regresso

Desde Motion, o disco de estreia que chamou a atenção da Ninja Tune em 1999, que a Cinematic Orchestra anda a fazer improvisos jazzísticos sobre electrónica, como quem cria bandas sonoras para filmes imaginários, com fortes componentes visuais a completar a experiência ao vivo.

É o que acontece neste regresso aos palcos lusos, onde já deixou boas memórias mas dos quais esteve ausente uns anos – mesmo que o líder do colectivo, Jason Swinscoe, se tenha mudado para cá. Ao embalo do anúncio da reedição especial de Every Day para Março de 2023, pelo 20.º aniversário do álbum, estes concertos prometem uma revisão da carreira e a estreia de um novo espectáculo visual.

Laboratório em Estufa

Nesta quadra fértil em circos tradicionais, a Erva Daninha torna a montar uma Estufa para semear derivações originais, contemporâneas e experimentais de manobras circenses que podem ir do trapézio ao malabarismo, passando pela suspensão capilar.

Esta edição da mostra – uma espécie de “espaço-laboratório para que novos criadores ou propostas emergentes possam surgir”, explica a companhia – acolhe uma trilogia de estreias: Evocar, de Lia Vilão, que pelo cabelo se pendura em interrogações sobre o ciclo da vida; Shelí, um “trêspézio” de empoderamento feminino montado por Irit Cahn, María López del Peso e Shai Hanaor; e OQNEPOMNOZCANC - O que não era para o Manel, nem o Zé comeu, aliás Ninguém comeu, em que Ivo Nicolau une malabarismo e teatro físico num lugar de impacto visual abstracto e surreal.

À margem, a Estufa vai oferecendo, em vídeos de Ashleigh Georgiou, vislumbres dos processos criativos de onde germinaram as peças.

Cinco na manga

Se a época pede magia, os palcos respondem com uma série de espectáculos dados por especialistas em truques. Luís de Matos, ilusionista de créditos e prémios mais que firmados internacionalmente, convidou quatro amigos da mesma estirpe e tirou da manga um novo Impossível ao Vivo.

Nestes momentos em que, assegura, “o impossível se converte em realidade e os limites da imaginação são desafiados por completo”, entram a excentricidade eventualmente chocante do norte-americano Dan Sperry, o mentalismo do campeão espanhol Javier Botía, o humor teatral do francês Norbert Ferré e as manipulações do sul-coreano Yu Hojin. Do número de Luís de Matos fazem parte a assistente (e bailarina e confidente) Joana Almeida e a arte do b-boying pela Momentum Crew.

Dan Sperry ANA DIAS
Javier Botía ANA DIAS
Norbert Ferré ANA DIAS
Yu Hojin ANA DIAS
Luís de Matos ANA DIAS
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Dan Sperry ANA DIAS

Entropia minada

“Será a entropia vista só como perda e caos? Ou poderemos encontrar um espaço de resiliência e da possibilidade de gerar microestados de imprevisibilidade que voltem a gerar vida?” Destas interrogações nasceu a nova criação de Marina Nabais e Ricardo Machado.

Desafiada pelo projecto Malacate a conceber uma performance que dialogasse com a história da Mina de São Domingos e o seu significado para os habitantes do concelho de Mértola, a dupla de bailarinos e coreógrafos trabalhou com elementos da comunidade local em workshops e residências. Agora, vão todos a palco mostrar o resultado: uma “ampla janela de tempo onde a sensação de pertença e orgulho se alie à exploração de novas formas de expressão corporal”, descrevem na folha de sala.

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