Diagnósticos de cancro aumentam perto de 20% numa década

Relatório Oncológico Nacional de 2019 mostra que a incidência é maior nos homens que nas mulheres, mas o maior número de casos diagnosticados foi de cancro da mama.

Foto
Foram diagnosticados 57.878 casos de cancro em 2019 Daniel Rocha

O número de casos de cancro diagnosticados em 2019 aumentou 19,3% em relação aos identificados em 2010, revela o Registo Oncológico Nacional (RON) num estudo recente sobre o cancro em Portugal.

Segundo noticia este domingo o Jornal de Notícias (JN), foram diagnosticados no país 57.878 casos de cancro em 2019, tendo ainda sido registadas 28.464 mortes com esta doença. O número de diagnósticos significa uma taxa de incidência global de 561,1 casos por cada 100 mil pessoas nesse ano.

A incidência é díspar em homens e mulheres: sobe para 648,3 casos por 100 mil pessoas nos homens e desce para 485,1 nas mulheres. Ou seja: por cada 100 mulheres diagnosticadas com cancro, há 119 homens, de acordo com o RON. Em termos absolutos, em 2019 houve 31.507 homens e 26.371 mulheres diagnosticadas com cancro.

Os principais tipos de tumores também diferem muito entre os sexos. O cancro da mama continua a ser, e por larga margem, o mais frequente nas mulheres, com 8482 casos diagnosticados – praticamente um em cada três dos cancros no feminino, o que significa uma incidência de 112,9 casos por 100 mil mulheres em 2019.

Em declarações ao JN, a directora do serviço de Epidemiologia do IPO do Porto, Maria José Bento, que coordenou o RON 2019, observa este aumento estará também relacionado com uma melhoria na detecção de casos através dos rastreios.

Já nos homens, o mais frequente é o da próstata, com uma incidência de 90,9 (8482 casos, 27% entre os diagnósticos no masculino).

O relatório indica que se seguiram o cancro do cólon e o do pulmão, na segunda e terceira posições em ambos os sexos – neste último, as taxas de incidência e a mortalidade “estão a aumentar entre as mulheres”, disse ao JN Maria José Bento, que liga isso ao aumento do tabagismo nas mulheres nos últimos anos.

Considerando os resultados, o relatório estima que o risco de cancro aumentou 11,3% de 2010 para 2019. Entre os outros tipos de cancro, o director do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direcção-Geral da Saúde, José Dinis, considera que o país tem de dar prioridade ao rastreio do cancro gástrico, que mantém uma incidência elevada.

Sugerir correcção
Comentar