Marcelo alerta para 2023 “cheio de incertezas” e “muito mais difícil” do que 2022

Para o Presidente da República, “não há ninguém em Portugal, no Governo ou na oposição, que possa dizer que 2023 vai ser mais fácil ou comparável a 2022”.

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Marcelo Rebelo de Sousa mostra-se preocupado com o ano que aí vem LUSA/JOSÉ COELHO

O Presidente da República alertou esta segunda-feira para um 2023 “cheio de incertezas”, considerando que o próximo ano “vai ser muito mais difícil” do que 2022, devido à guerra na Ucrânia e ao aumento da inflação e das taxas de juro.

“O facto de a guerra continuar, o facto de a inflação continuar e haver uma certa incerteza quando à duração desta situação, que passa para o ano que vem, tudo isso aponta para um ano 2023 mais complicado do que o de 2022 e cheio de incertezas. E, no fundo, o que se passa, é que, quem tem de tomar decisões, como é o caso do Banco Central Europeu (BCE) e de outros bancos centrais, perante as incertezas, [tem de] tomar as suas precauções”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado respondia aos jornalistas, após discursar na abertura da 3.ª Unique Summit, que decorre em Braga, quando questionado sobre mais uma subida, hoje, das taxas Euribor - a três, seis e 12 meses -, para novos máximos desde o início de 2009.

“A elevação e a contínua elevação da taxa de juro significa uma preocupação muito grande com a incerteza de 2023. Vamos esperar que isto que está a marcar o fim de 2022 e o começo de 2023, não dure todo o ano, dure apenas uma parte limitada do ano, provavelmente um trimestre ou um semestre, no pior dos cenários. Mas nenhum de nós tem a certeza sobre isso”, salientou o Presidente da República.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “não há ninguém em Portugal, no Governo ou na oposição, que possa dizer que 2023 vai ser mais fácil ou comparável a 2022”. “Vai ser muito mais difícil do que 2022”, reiterou o chefe de Estado.

Questionado sobre se este cenário de incertezas e de dificuldades pode comprometer no futuro a ajuda das instituições de solidariedade aos mais pobres, o Presidente da República respondeu que sim. “Claro, sem dúvida. Os resultados que temos hoje da campanha [de recolha de alimentos] do Banco Alimentar são impressionantes, porque há um aumento de 24% em relação à ultima campanha. Quer dizer que os portugueses estão a perceber o que se está a passar, nomeadamente com os mais pobres, naqueles que sofrem mais com a situação da crise”, salientou Marcelo.

O Presidente da República partilhou a sua experiência quando contribuiu para a campanha do Banco Alimentar. “Por exemplo, nas conservas, o número aumentou, muito significativamente, recorrendo aos preços mais baixos. As pessoas não deixaram de contribuir, com sacrifício, mas contribuíram recorrendo aos produtos mais baratos. É isso que está a acontecer provavelmente com a maioria esmagadora dos portugueses, que é reverem padrões de consumo, baixando esse consumo, por um lado, tendo a noção da subida dos preços, por outro lado, prevenindo o futuro no meio da incerteza que vivemos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

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