Portugal está entre os países onde o preço dos alimentos mais supera a inflação geral

Alemanha e Suécia estão acima da diferença registada em Portugal entre a inflação dos produtos alimentares e a taxa de inflação geral.

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Em Outubro, o cabaz de bens alimentares essenciais atingiu o valor máximo de 214,30 euros Paulo Pimenta

Portugal está entre os países da União Europeia em que a inflação dos produtos alimentares está acima da taxa de inflação geral, avança o jornal económico espanhol Cinco Días. Entre Maio e Agosto, esta diferença foi de 4,84%.

Acima de Portugal ficam, por exemplo, a Alemanha e a Suécia, com diferenças de 7,27% e 5,24%, respectivamente. A média da zona euro situa-se nos 2,58%.

A taxa de inflação nos alimentos, sem comparação com a taxa de inflação geral, é a quinta mais elevada da zona euro.

Segundo dados divulgados na semana passada pelo Eurostat, os preços dos bens alimentares aumentaram 16,2% em Outubro, acima da média da zona euro. Em comparação com o mesmo período de 2021, os alimentos estão 8,8% mais caros a nível nacional.

Na última semana, um cabaz de bens alimentares essenciais num supermercado português custava 209,98 euros, mais 26 euros do que no início de Fevereiro passado, antes da invasão russa da Ucrânia. As contas da Deco Proteste apontam, assim, para uma subida de 14,35% do custo do cabaz, associada ao aumento dos custos no sector energético.

Nos últimos nove meses, foram os lacticínios e a carne os produtos que mais aumentaram de preço, com subidas de 21,01% e 20,08%, respectivamente.

Com aumentos menos significativos, entre os 11% e os 14%, ficam as frutas e legumes, as mercearias, o peixe e os congelados.​

Ainda que os custos tenham diminuído nas últimas semanas, já que em Outubro o preço do cabaz atingiu o valor recorde de 214,30 euros, a tendência não será decrescente.

Segundo peritos citados pelo Cinco Días, é “improvável uma queda para os valores de há um ano”.

O Banco Mundial vai mais longe e avisa que, pelo menos durante alguns anos, “os bens alimentares podem ficar ainda mais caros”, acompanhando a evolução dos preços da energia.

Embora a instituição financeira estime uma queda dos preços da energia de 11% em 2023 e 12% em 2024, estes manter-se-ão acima dos valores anteriores à guerra na Ucrânia: cerca de 50% mais altos do que na média dos últimos cinco anos até 2025. O preço dos alimentos deverá, assim, acompanhar o da energia nos próximos dois anos.

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