Os números que se destacam no final da primeira jornada do Mundial

Da equipa com melhor eficácia de remate ao jogador com mais defesas, fique a conhecer as estatísticas colectivas e individuais que marcaram a primeira jornada da fase de grupos do Mundial.

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A Espanha foi a selecção que mais passes certos fez num jogo deste Mundial Reuters/MARKO DJURICA

Após 16 jogos, seis deles com mais de 100 minutos, um total de 41 golos marcados e várias surpresas, a primeira jornada da fase de grupos do Mundial 2022 teve muito para contar.

Começando pelas estatísticas colectivas, uma equipa que verdadeiramente se destacou até ao momento foi a Espanha; não só por ter imposto à Costa Rica uma das maiores goleadas de sempre em Mundiais (7-0), mas também por ter realizado 955 passes certos e ter tido 81,8% de posse de bola, sendo estes não só os valores mais altos deste Mundial, mas também de toda a história da competição (desde que há estes dados, ou seja, 1966).

Passando para os jogos com desfechos mais surpreendentes, a Arábia Saudita foi a única equipa a ter uma eficácia máxima em termos de remates enquadrados que deram golo: dois em dois, o suficiente para vencer a favorita Argentina.

Em relação à outra surpresa desta fase, o Japão também fez história: não só teve a sua primeira vitória ante a Alemanha, como também venceu, pela primeira vez, um jogo no Mundial depois de estar a perder. E fê-lo com apenas 26% de posse de bola (o menor valor das equipas vitoriosas desta primeira jornada). Curiosamente, este duelo também foi o único do Mundial, na primeira jornada, sem qualquer cartão mostrado pelo árbitro.

Por outro lado, houve três jogos que tiveram seis cartões amarelos (valor máximo até ao momento): o duelo inaugural entre Qatar e Equador e os jogos entre Estados Unidos e País de Gales, e Argentina e Arábia Saudita. A equipa do Médio Oriente foi mesmo a mais castigada de todas, tendo-lhe sido mostrada todos os cartões da sua partida (não fosse esta a selecção que também cometeu o maior número de faltas desta fase – 21).

No entanto, nem todos os jogos foram muito animados. Já houve quatro que terminaram sem golos (em 2018, isto só aconteceu uma vez em todo o Mundial), sendo que aquele que terminou com o menor número de remates enquadrados foi o duelo do grupo de Portugal, entre Uruguai e Coreia do Sul – só um, da autoria de Matías Vecino.

Para além da equipa treinada por Paulo Bento, Sérvia, Costa Rica e Qatar foram as outras equipas que não registaram nenhum remate à baliza.

O mundo é dos jovens

Muito talento jovem tem passeado pelos campos de futebol no Qatar, comprovando que o futuro do desporto está em boas mãos (e em bons pés). Os primeiros a mostrarem isso mesmo foram ambos ingleses, que venceram o Irão por 6-2.

Jude Bellingham inaugurou o marcador dessa partida e tornou-se no primeiro jogador nascido no século XXI a marcar num Mundial. Pouco depois, Bukayo Saka tornou-se no segundo. Já agora, no mesmo jogo, John Stones tornou-se no jogador com maior percentagem de acerto no passe na primeira jornada do Mundial: 99,1% (só falhou um em 117).

Ainda sobre os mais novos, o avançado alemão Youssoufa Moukoko foi o jogador mais novo a actuar neste Mundial; tinha 18 anos e três dias de vida quando entrou em campo, aos 90 minutos, na derrota com o Japão.

Já o mais velho foi o canadiano Atiba Hutchinson que, com 39 anos e nove meses de idade, na derrota perante a Bélgica, capitaneou o regresso da sua selecção ao Mundial, após uma ausência de 36 anos.

Fantasia individual

Este não tem sido um Mundial simpático para os jogadores que apostem no drible, tanto que nas 16 partidas, apenas dois completaram mais de três: o ganês Kudus, frente a Portugal, e o mexicano Lozano, com a Polónia, ambos com um total de quatro.

De facto, os jogadores que costumam apostar mais no drible são aqueles que perderam mais vezes a bola, como é o caso de Neymar (26 perdas de bola), Mbappé (29) e Pulisic, tendo o norte-americano ultrapassado todos neste dado, com 32 perdas de bola no empate com o País de Gales.

Por outro lado, como já diz o velho ditado futebolístico: “O ataque ganha jogos, a defesa ganha campeonatos”; e um dos jogadores mais recuados que se destacou nesta primeira jornada foi o guarda-redes nipónico Shuichi Gonda, tendo o ex-Portimonense feito oito defesas (mais do que qualquer outro colega de posição) frente à Alemanha, que só marcou através da conversão de um penálti.

Em relação aos defesas, o sérvio Nikola Milenkovic foi o jogador que concretizou mais desarmes na primeira jornada (oito, frente ao Brasil) e o saudita Yasir Al-Shahrani foi quem teve mais intercepções de bola (seis).

Texto editado por Jorge Miguel Matias

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