Um passaporte para muitas horas de viagem pelo mundo de Agustina

No ano do centenário de Agustina Bessa-Luís, lançamos uma releitura da escritora por académicos, jornalistas e outros escritores, numa revista de 104 páginas, grátis com o PÚBLICO de 2 de Dezembro.

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A 2 de Dezembro, o PÚBLICO chega às bancas com uma revista de 104 páginas dedicada a Agustina Bessa-Luís

Este livro-revista, conjunto de ensaios e perspectivas sobre Agustina Bessa-Luís, é, acima de tudo, um convite à leitura. Nem outra coisa seria de esperar destes pretextos que encontramos na agenda, aqui o redondo centenário, do que guiar antigos e novos leitores ao encontro das páginas de quem magistralmente dominou a escrita e, como recorda António Guerreiro, não se limitou a criar novos mundos e nova gente, mas teve engenho em mexer nas entranhas do próprio meio, o romance, com que nos falou de si, de nós e dos outros.

Se lhe queremos chegar ao cerne, Agustina exige empenho. Ela é acessível, mas nunca foi fácil, porque são assim os génios, como tão bem testemunha Miguel Esteves Cardoso. De direita, num mundo cultural marcadamente de esquerda; mulher, num universo dominado por homens; feminista, mas tradicional; convencional, mas irónica e provocadora. Não se espere nunca inscrever o perfil de escritora que tanto prezou a individualidade dentro de um qualquer retrato-robô.

Por isso, o olhar de estudiosos e especialistas como Catherine Dumas, Isabel Rio Novo, Joana Matos Frias, Maria Beatriz Almeida ou António Guerreiro dá-nos pistas tão preciosas para mergulhar mais e melhor na sua obra. De outra forma, os testemunhos de gente mais próxima, como Mário Cláudio, Francisco Vale, Miguel Esteves Cardoso, Pedro Mexia ou a própria Mónica Baldaque, acrescentam novas texturas à mulher e à autora. O trabalho dos nossos jornalistas, Sérgio Costa Andrade, Luís Miguel Queirós e Isabel Lucas, permite olhar para facetas não tão exploradas do seu percurso. Por fim, os escritores Gonçalo M. Tavares, Inês Pedrosa e Lídia Jorge dão, na primeira pessoa, o testemunho do poderoso impacto que Agustina teve na nossa literatura e nos seus autores.

O PÚBLICO, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que está a desenvolver um generoso programa de comemoração do centenário, faz desta publicação um convite a que se engrosse o grupo dos que não prescindem da fruição de mais de 50 obras que marcaram indelevelmente a literatura em português da segunda metade do século XX e que já são parte integrante da nossa consciência colectiva. Este pretende ser o nosso passaporte para muitas horas de viagem por um mundo que continua bem vivo e que merece ser franqueado para muitas horas de deambulação, prazer e discussão. Leia-se Agustina.

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