O que se sabe do vulcão prestes a entrar em erupção na Rússia?

A península de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, é um dos locais mais activos da Terra em termos de vulcanismo. Agora, um dos seus vulcões está a acordar.

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O vulcão Shiveluch, na península de Kamchatka, Rússia Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Rússia/Reuters
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O vulcão Shiveluch, na península de Kamchatka, Rússia Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Rússia/Reuters
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O vulcão Shiveluch, na península de Kamchatka, Rússia Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Rússia/Reuters

O vulcão Shiveluch, na península de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, pode estar a preparar-se para a sua primeira erupção em 15 anos, alertam os cientistas.

A península de Kamchatka alberga 29 vulcões activos, integrados numa cintura da Terra conhecida como Anel do Fogo, que circunda o oceano Pacífico e é propensa a erupções vulcânicas e sismos.

A maior parte dos vulcões da península está rodeada por uma floresta e tundra escassamente povoada, pelo que o risco para as populações locais é pequeno. No entanto, uma erupção grande pode lançar vidro, rochas e cinzas para a atmosfera, ameaçando os aviões.

Segundo os Serviços Geológicos dos Estados Unidos (USGS), este tipo de erupções acontece tipicamente três a quatro vezes por ano na península de Kamchatka, o que obriga ao desvio dos aviões.

Actualmente, seis vulcões no Nordeste da Rússia mostram sinais de um aumento de actividade, incluindo o vulcão mais alto activo na Eurásia, o Klyuchevskaya Sopka, que entrou em erupção na última quinta-feira.

Um dos vulcões mais activos

O Shiveluch é um dos maiores e mais activos vulcões da península de Kamchatka, tendo entrado em erupção pelo menos 60 vezes nos últimos dez mil anos.

É composto por duas partes principais: o Velho Shiveluch, que atinge os 3283 metros de altitude, e o Novo Shiveluch, mais pequeno, cujo pico de 2800 metros sobressai de um dos lados.

O Novo Shiveluch encontra-se numa antiga caldeira – uma grande cratera –, que provavelmente foi formada quando a parte mais antiga teve uma erupção catastrófica há pelo menos dez mil anos. É esta parte que que se tornou agora extremamente activa, disse no domingo a Equipa de Resposta a Erupções Vulcânicas em Kamchatka (KVERT), alertando que o domo de lava continua a crescer e que foi observada uma “actividade de fumarolas” forte. Os domos são montes que se formam pela acumulação de lava e as fumarolas são aberturas através das quais há a libertação de gases sulfurosos.

As erupções podem colocar em risco voos internacionais e a actual erupção está assinalada com o nível de alerta laranja, disse a KVERT, o que significa que é provável que haja uma erupção.

Este vulcão tem tido continuamente erupções desde Agosto de 1999 e, ocasionalmente, há fenómenos explosivos, como o de 2007, quando a NASA disse que foi ejectada uma grande nuvem de cinzas a 9750 metros de altitude.

Alexei Ozerov, director do Ramo do Extremo Oriental do Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Academia das Ciências Russa, disse no domingo que o domo do vulcão se tornou muito quente. “O domo brilha à noite de quase todos os lados. Pelas encostas, descem avalanches incandescentes a mil graus Celsius”, acrescentou.

Da encosta do Shiveluch, há agora o risco de descerem fluxos piroclásticos – uma mistura de gases quentes, cinzas e rochas a alta velocidade, disse ainda à agência Reuters um elemento do Instituto de Vulcanologia e Sismologia. “As emissões de cinzas são um perigo muito grande para a aviação. Os turistas devem refrear-se de visitar a área do vulcão num raio de 25 quilómetros.”

Ao largo da costa leste da península, registaram-se na terça-feira pelo menos dois sismos, incluindo um de 5,7 graus a 21 quilómetros de profundidade.

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