Plantada a Raiz, Rita Onofre anuncia com Perdoei a sua estreia em álbum para 2023

Aos 26 anos, Rita Onofre anuncia um primeiro álbum para 2023, depois de ter lançado a solo um EP a que chamou Raiz e que continha quatro canções, “escritas entre 2016 e 2020”, como se dizia no disco: Haja sempre (a “lembrar que os dias maus têm o seu lugar no plano maior que é a vida de cada um”), Lugar nenhum (“a sensação desconfortável de não pertencer”), Talvez tenhas (“um crescendo para algo melhor do que fomos ontem”) e À porta (com um videoclipe filmado em casa da avó: “onde tenho tantas memórias e que me dá sempre a sensação de segurança que só a casa da avó tem”). Agora, lança um novo single e videoclipe, Perdoei, anunciando com ele um primeiro álbum, com lançamento previsto para 2023. 

A canção, diz-se no texto que a anuncia, “é sobre uma dor antiga”, daquelas “que são passadas de geração em geração”: “Agimos a dormir constantemente, até que há alguém no caminho que já anda tão pesado de passado que dá por essa dormência”, diz Rita Onofre. “Para libertar eu escrevo, e para libertar e deixar ir serve esta música”. O tema voltou a ser produzido por Ned Flanger, que já produzira Raiz, e este transformou um áudio de telemóvel num riff de guitarra, criando a base que lhe deu mote. O arranjo “cresceu em banda”, com Miguel Garcia (guitarra), Pedro Almeida (bateria), e o videoclipe simula o de um telemóvel, filmado na vertical por Luís Água e Pedro Ivan, com artwork concebido por Luar.

Rita Onofre começou a escrever as primeiras canções aos 12 anos, em inglês, idioma que se manteve na banda SEASE, onde Rita fez dupla com Miguel Laureano juntando-se-lhes, mais tarde, Gonçalo Vasconcelos. Lançaram um álbum, The Way The Waves Hit The Beach (2017), e dois EP, When Lost At The Ocean, A Fellow Comes Out (2016) e Wave Motion (2018). A escrita em português data desse período (2016): “Uma língua exigente e que muito respeito, só consegui começar a senti-la como minha quando me despi de complexos e filtros.” Antes de lançar Raiz, Rita já escervera duas canções em português, Ao pé de mim (na colectânea Inéditos Vodafone, 2020) e À Porta, que integraria o EP (Novos Talentos Fnac, 2021).