Frente cívica apela a que Marcelo, Santos Silva e Costa não viajem para o Qatar

Carta alerta para legitimação das violações dos direitos humanos no país que acolhe o Mundial.

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O Qatar foi o país escolhido para acolher o Mundial de futebol de 2022 Reuters/MARKO DJURICA

A associação de cidadãos Frente Cívica apelou a que o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro não se desloquem ao Qatar para assistir a jogos de futebol, evitando-se dessa forma a legitimação das violações dos direitos humanos naquele país.

O apelo foi feito por carta divulgada esta quinta-feira e assinada pelo presidente da Frente Cívica, Paulo de Morais, e pelo vice-presidente João Paulo Batalha.

“Infelizmente, demasiadas entidades, públicas e privadas, políticas e empresariais, a nível nacional e internacional, têm pactuado com todos estes abusos, emprestando aos organizadores deste evento um manto de legitimidade e respeitabilidade que não merecem”, refere a carta, aludindo às condições de “quase escravidão” dos trabalhadores na construção dos estádios, aos escândalos de corrupção e à falta de reconhecimento dos direitos das mulheres no país que acolhe o Mundial 2022.

A Frente Cívica recorda que as câmaras de Lisboa e do Porto, seguindo um apelo da associação, optaram por não instalar nos seus espaços públicos quaisquer fan zones para permitir a assistência colectiva dos jogos da competição de futebol.

“Portugal é mais do que uma equipa de futebol ou um evento desportivo. É, como expressa o artigo 1.º da nossa Constituição, ‘uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária’”, lê se na carta, que foi enviada às três mais altas figuras do Estado.

O Presidente da República vai deslocar-se ao Qatar entre os dias 23 e 25 de Novembro para assistir ao jogo de abertura da equipa portuguesa, seguindo-se o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva (a 28 de Novembro), e o primeiro-ministro, António Costa, a 2 de Dezembro.

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