Ana Carvalho foi detida em nome do clima. O que resultou de uma semana de protestos?

Neste episódio falamos com Ana Carvalho, uma das alunas em protesto pelo clima que foi detida depois de ocupar a FLUL. Siga o podcast do Azul nas plataformas habituais.

Neste episódio do podcast Azul ouvimos Ana Carvalho, uma das estudantes que esteve nos últimos dias em protesto pelo clima e que foi detida pela polícia por estar a ocupar a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde estuda. A activista fala-nos sobre as reivindicações dos alunos e faz-nos um balanço destes dias de protesto. “Só colectivamente é que vamos conseguir mudar alguma coisa”, defende.

Ana Carvalho foi uma das quatro pessoas que foram detidas na noite de sexta para sábado na FLUL, quando permaneciam no interior da faculdade em protesto. Os jovens recusaram-se a sair depois da Polícia de Segurança Pública (PSP) ter exigido que saíssem, e acabaram por ser detidos. Os quatro alunos já foram ouvidos pelo Ministério Público e recusaram a possibilidade de suspensão provisória do processo, escolhendo ir a julgamento. “Não podemos deixar que isto seja varrido para debaixo do tapete”, justifica Ana Carvalho.

Além da FLUL, cinco activistas foram detidas na terça-feira depois de se encontrarem com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, a quem pedem que se demita. As estudantes saíram da reunião e colaram-se na entrada do ministério, sendo depois levadas pela polícia. Além da ocupação das escolas e faculdades, os alunos participaram também numa marcha “contra o fracasso climático”. Durante a marcha no passado sábado, alguns alunos invadiram um edifício onde se encontrava o ministro António Costa Silva.

As pessoas no poder não ouvem as exigências dos alunos e de quem mostra que a crise climática não pode esperar, diz Ana Carvalho. “As soluções já existem e já houve várias tentativas de as apresentar ao poder”, conta – mas sente que não foram ouvidos.

Os protestos pelo clima coincidiram com a Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP27) e aconteceram em seis núcleos estudantis de Lisboa: além da Faculdade de Letras, houve ocupações e manifestações na escola artística António Arroio, na Escola Secundária de Camões (mais conhecida por Liceu Camões), na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e também no Instituto Superior Técnico (IST).

Para saber mais sobre a semana de protestos:

Deixamos ainda algumas sugestões para explorar no site do Azul:


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