ONU pede 3,1 mil milhões de euros para sistema de alerta contra fenómenos extremos

Plano apresentado na Cimeira do Clima, no Egipto, requer investimento entre 2023 e 2027 e visa proger todas as pessoas no mundo de eventos extremos causados pelas alterações climáticas.

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O Paquistão sofreu inundações catastróficas neste Verão NADEEM KHAWER/EPA

As Nações Unidas (ONU) pediram esta segunda-feira aos governos, instituições e empresas que financiem o Plano de Acção de Alerta Precoce para todos os países, uma rede para salvar vidas e reduzir perdas económicas devido a fenómenos climáticos extremos, tornando possível antecipá-los.

Concebido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o plano requer um investimento de 3,1 mil milhões de euros entre 2023 e 2027 e visa permitir que todas as pessoas no mundo possam antecipar-se e proteger-se de eventos extremos, como inundações e secas.

A iniciativa, já apoiada por cinquenta países, foi apresentada nesta segunda-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa reunião com representantes governamentais, organizações das Nações Unidas, agências de financiamento, tecnológicas e sector privado, durante a Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP27), que começou no domingo em Sharm-el-Sheikh, no Egpito.

O investimento inicial para a criação desta rede é equivalente a 50 cêntimos de euro por pessoa por ano, enquanto os benefícios que irá gerar face a um clima cada vez mais “extremo e perigoso” são “enormes”, disse António Guterres. Por isso, a resiliência às alterações climáticas deve incluir a possibilidade de aceder a informação para antecipar tempestades, ondas de calor, inundações e secas, defendeu.

“O aumento constante das emissões de gases com efeito de estufa potencia fenómenos climáticos extremos em todo o mundo (...) custando vidas, centenas de milhares de milhões de dólares em perdas e danos, e deslocando três vezes mais pessoas do que as guerras. Metade da humanidade já está na zona de perigo”, advertiu o secretário-geral.

De acordo com dados da ONU, nos últimos anos multiplicaram-se por cinco as catástrofes devido às alterações climáticas induzidas pelas actividades humanas, uma tendência que se prevê que continue.

Contudo, metade dos países do mundo não tem sistemas de alerta precoce e normas para os ligar a planos de emergência, especialmente em países em desenvolvimento, mais vulneráveis às alterações climáticas. “Os alertas precoces salvam vidas e proporcionam enormes benefícios económicos”, uma vez que apenas avisando com 24 horas de antecipação de um perigo iminente os danos podem ser reduzidos em 30%, segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Segundo dados da Comissão Mundial de Adaptação, a atribuição de 800 milhões de dólares a estes sistemas de alerta precoce nos países em desenvolvimento evitaria perdas de entre três e 16 mil milhões de dólares por ano.

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