Em cada esquina uma guitarra, em cada rosto um alfinete

Marcas de Baton é um livro muito melhor para descobrir aos 20 anos do que para revisitar aos 40. Como uma boa canção punk, faz muitos barulhos interessantes, muito depressa, num sítio muito pequeno.

Enquanto palavra (e enquanto ideia) a contracultura só apareceu no séc. XX, mas o séc. XVI foi um dos mais propícios para as inventar. No período mais radical da Reforma Protestante, quando o luteranismo parecia demasiado manso, meia Europa tornou-se o palco ideal para barafundas colectivistas, e para a iludida exaltação de charlatães. Num continente repleto de profetas meteóricos e messias acidentais, qualquer portador residual de carisma podia sair aos tropeções da floresta com uma ressaca colossal, deparar com um Woodstock extemporâneo, e ser prontamente aclamado líder de um movimento não conformista, com o seu próprio calão, posturas, hábitos de vestuário e normas sexuais (tudo o que faltava era um género musical).

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