Cantor e compositor brasileiro Paulo Jobim morre no Rio de Janeiro aos 72 anos

Era o filho mais velho de Tom Jobim e lutava há dez anos contra um cancro na bexiga. Internado há um mês, morreu esta sexta-feira, aos 72 anos.

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Paulo Jobim LEO AVERSA

Portugal viu-o e aplaudiu-o muitas vezes, nos últimos trinta anos. Cantor, compositor, violonista, arranjador e também arquitecto, Paulo Jobim integrou a Banda Nova do pai, o maestro Antonio Carlos Jobim (1927-1994), participando em discos dele, bem como de, entre outros, Milton Nascimento, Chico Buarque, Sarah Vaughan ou Astrud Gilberto. Foi responsável pelos projectos Cancioneiro Jobim e Jobim Sinfónico e presidiu ao Instituto Antonio Carlos Jobim, criado em 2001. Lutava contra um cancro na bexiga, há dez anos, e encontrava-se internado há um mês na clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde morreu esta sexta-feira, não resistindo à doença. Tinha 72 anos.

Primogénito de Tom, Paulo Hermanny Jobim nasceu no Rio de Janeiro, a 4 de Agosto de 1950. Em Portugal, vimo-lo integrado na Banda Nova criada pelo pai, num concerto memorável nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, em Setembro de 1992. Voltaria seis anos mais tarde, durante a Expo’98, em Agosto, dessa vez integrado no Quarteto Jobim Morelenbaum, formado em 1995 a partir da união entre dois descendentes de Tom Jobim (Paulo e Daniel, filho e neto de Tom) e o casal Morelenbaum (o maestro e violoncelista Jaques e a cantora Paula, sua mulher) e desde então voltaria várias vezes.

Numa delas, trouxe o Jobim Trio para celebrar o repertório clássico do pai. Foi em 2006 e, a formar tal trio, estavam Paulo Jobim (violão e voz), o seu filho Daniel Jobim (piano e voz) e um músico que também integrara a Banda Nova, Paulo Braga (bateria). Depois veio a aventura de Carminho com o repertório de Tom Jobim, muito impulsionada por um convite de Paulo, que resultou num disco em 2016 e em várias apresentações ao vivo.

Por fim, o antigo Jobim Trio (Paulo, Daniel e Paulo Braga) juntou-se ao maestro e violoncelista Jaques Morelenbaum e à cantora Roberta Sá para apresentar em Portugal, em Outubro de 2021, o espectáculo Chega de Saudade, numa celebração da génese da bossa nova. Foi uma estreia absoluta, depois de gorada a primeira apresentação, marcada para Maio de 2020 (então com a cantora Maria Rita, filha de Elis) e cancelada devido à pandemia.

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