Carro fura barreira de manifestantes pró-Bolsonaro em São Paulo e faz dez feridos

Das dez pessoas que ficaram feridas no atropelamento, duas são jovens de 11 e 12 anos e três polícias.

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Bloqueio de camionistas em São Paulo Reuters/MARIANA GREIF

Pelo menos dez pessoas ficaram feridas quando um motorista furou uma barreira de apoiantes do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que bloqueavam uma estrada em São Paulo.

De acordo com a Polícia Militar, citada pela imprensa local, das dez pessoas que ficaram feridas no atropelamento, duas são jovens de 11 e 12 anos e três polícias.

Duas pessoas tiveram de ser transferidas para o Hospital de Base de Rio Preto.

Alguns manifestantes, de seguida, procuraram agredir o motorista do carro, que foi detido e encaminhado para a esquadra.

As manifestações desta quarta-feira, um feriado público no Brasil, seguiram-se a protestos maciços de camionistas alinhados com o pró-bolsonarismo, que desde segunda-feira bloquearam cerca de 600 auto-estradas em todo o país para protestar contra a vitória de Lula.

Esta quarta-feira, de acordo com a Polícia Rodoviária, os bloqueios persistiram em cerca de 150 pontos em 15 dos 27 estados do país e em muitos casos foram apenas parciais, obstruindo mas não bloqueando completamente o tráfego.

Em alguns locais, como na cidade paulista de Baruerí, as estradas foram libertadas por uma intervenção da polícia, que dispersou os camionistas com gás lacrimogéneo, mas sem quaisquer confrontos ou baixas.

Protesto perdeu força

O protesto dos camionistas começou a perder intensidade depois de Bolsonaro ter reconhecido a derrota e determinado que o Governo iniciaria o processo de transição com a equipa de Lula, que está agendado para quinta-feira.

Bolsonaro fez uma declaração sobre o resultado das eleições na terça-feira, cerca de 45 horas após a contagem oficial ter condenado a vitória do líder progressista.

Num breve discurso, disse que os protestos foram o resultado da indignação e de um sentimento de injustiça pela forma como decorreu o processo eleitoral. Disse que as “manifestações pacíficas” eram “bem-vindas”, mas reforçou que os seus métodos “não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população”, e salientou que ninguém pode impedir “o direito de ir e vir”.

Durante as manifestações às portas dos quartéis Bolsonaro permaneceu em silêncio, tal como Lula, cuja equipa anunciou que o Presidente eleito passará “dois ou três dias” numa praia do nordeste do país, a fim de descansar após uma dura campanha eleitoral.

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