Custará muito assumir um erro? Vejam o caso do vinil

Se não sabem o que hão-de fazer com a ortografia, estudem o elucidativo exemplo do vinil, porque têm muitos pontos em comum.

Não sei se se lembram, mas o vinil foi dado como morto. Sim, aqueles discos abolachados, de uma matéria escura, com um buraco no meio. Quando apareceu o CD, lixo com eles. O CD era muito mais moderno, e portátil, e digital, e essas coisas todas de um futuro risonho. Quem tinha gira-discos em casa empandeirou-o ou deitou-o fora. Quem tinha discos de vinil, fossem eles singles ou de longa duração (os antes muito estimados LP), começou a dá-los ou a vendê-los ao desbarato. Nem toda a gente, claro, que há sempre quem se muna de cautelas. Mas, de um modo geral, a certidão de óbito já tinha sido passada: o vinil morrera para não voltar. Até que os DJ começaram a usá-lo nas suas sessões e alguém percebeu que neles se escutava algo que nos CD tinha esmorecido: graves sem artifícios e maior naturalidade. Daí até à engenharia foi um passo e não tardou a que surgissem novos discos em vinil, desta vez com maior gramagem (180 ou 200 gramas) e melhor corte, a pedir meças aos endeusados CD.

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