“Corajoso povo da Ucrânia” vence Prémio Sakharov 2022

O povo ucraniano foi nomeado devido à constante luta, desde o início da invasão, pela protecção das suas casas, pela garantia da soberania do povo e pela defesa da independência e integridade territorial.

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O galardão tem sido atribuído a entidades e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais Reuters/COSTAS BALTAS

O Prémio Sakharov de 2022 foi atribuído ao “corajoso povo da Ucrânia”, anunciou esta quarta-feira a presidente do Parlamento Europeu (PE). “Eles defendem aquilo em que acreditam. Lutam pelos nossos valores. Protegem a democracia, a liberdade, o Estado de direito. Arriscam as vidas por nós. Ninguém é mais merecedor”, afirmou Roberta Metsola, no plenário.

No Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, o povo da Ucrânia é representado pelo Presidente Volodymyr Zelensky, os líderes eleitos e a sociedade civil, clarifica o site do PE.

O povo ucraniano foi nomeado devido à constante luta, desde o início da invasão russa, a 24 de Fevereiropela protecção das suas casas, pela garantia da soberania do povo e pela defesa da independência e integridade territorial, perante a invasão russa

“A nomeação destaca o papel do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pela sua bravura, resistência e a devoção ao seu povo”, lê-se na informação adiantada pela entidade europeia.

Com a atribuição deste prémio são ainda distinguidos os papéis desempenhados por representantes de iniciativas da sociedade civil e instituições estatais e públicas ucranianas. É o caso dos Serviços de Emergência do Estado (SES); Yulia Pajevska (fundadora da unidade médica de evacuação “Anjos de Taira"); Oleksandra Matviychuk (activista e advogada para os direitos humanos); o Movimento de Resistência Civil da Fita Amarela e Ivan Fedorov (presidente da Câmara de Melitopol, cidade actualmente sob domínio russo).

O Prémio Sakharov é atribuído anualmente desde 1988 e recebeu o nome do dissidente soviético Andrei Sakharov, físico russo conhecido como o pai da bomba de hidrogénio soviética. Sakharov lutou pela defesa dos direitos humanos e pelas vítimas de perseguição política e recebeu o Nobel da Paz em 1963.

O prémio monetário tem o valor de 50.000 euros, montante que será atribuído a representantes da sociedade civil ucraniana, de acordo com a União Europeia.

Este ano, a par com o “corajoso povo da Ucrânia”, estavam nomeados Julian Assange (co-fundador da associação WikiLeaks que forneceu à imprensa documentos sobre crimes de guerra, detenções arbitrárias, violações de direitos humanos e tortura) e a Comissão da Verdade da Colômbia (instituição criada para acabar com a guerra civil no país em 2016 e que objectiva restabelecer os factos sobre as violações dos direitos humanos durante o conflito).

Em 2021, o prémio foi atribuído ao opositor do Kremlin, Alexei Navalny, pelo seu esforço em desafiar o poder de Vladimir Putin. Anteriormente foi também galardoado o Presidente sul-africano Nelson Mandela e a activista Malala Yousufzai.

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