Lucrecia Martel e a música do confinamento

Um musical que é o “filme de confinamento” da cineasta de Salta, Argentina.

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Martel filmou cantores que ficaram sem palco durante a pandemia
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Martel filmou cantores que ficaram sem palco durante a pandemia

O “filme de confinamento” foi quase um novo género de existência presumivelmente (e desejavelmente!) fugaz, produto de um tempo em que os cineastas, com todas as limitações impostas pela pandemia, acharam que era melhor fazer “qualquer coisa” do que não fazer coisa nenhuma. Terminal Norte é o filme do confinamento de Lucrecia Martel, mas um caso em que é mesmo “qualquer coisa” por oposição a “coisa nenhum”, quer dizer, um objecto que está longe do tipo de construções elaboradíssimas, goste-se mais ou menos delas, que costumam caracterizar o cinema da realizadora argentina. Martel foi passar o confinamento (ao que podemos saber, o primeiro confinamento em 2020) à sua região de origem (a província de Salta), mas em vez de ficar fechada entre quatro paredes a filmar o umbigo procurou o ar livre e as florestas — o que é, só por isso, uma resposta interessante à questão do confinamento. E aí filmou, como numa expedição de campismo selvagem, um grupo de cantores e instrumentistas (sobretudo mulheres) que compensam a falta de um palco (todos os concertos foram cancelados pelo lockdown) cantando e tocando para a câmara de Martel.

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