Cuba Gooding Jr. evita registo criminal em caso de assédio sexual em Manhattan

O actor livrou-se de cumprir pena de prisão depois de se ter submetido ao tratamento comportamental ordenado pelo tribunal.

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Gooding, de 54 anos, foi autorizado a retirar a sua declaração de culpa anterior Reuters/MIKE SEGAR

O actor Cuba Gooding Jr. declarou-se culpado, na quinta-feira, face a uma acusação de assédio, depois de ter chegado a um acordo com os procuradores que lhe permite evitar pena de prisão e ao mesmo tempo livrar-se de um processo penal de má conduta sexual que resultava das acusações de várias mulheres.

A acusação de assédio de segundo grau não é classificada como crime no código penal do estado de Nova Iorque, tal como uma transgressão, e apenas isso constará no registo de Gooding. Já a sua confissão de culpa, em Abril, a um delito criminal mais grave será excluída, informou um porta-voz do procurador distrital de Manhattan.

Gooding, de 54 anos, foi autorizado a retirar a sua declaração anterior após os procuradores terem afirmado em tribunal que tinham sido cumpridos os termos do acordo de Abril, com o actor a ter-se submetido ao tratamento ao alcoolismo e ao comportamento ordenado pelo tribunal durante seis meses sem que tenham sido registas ocorrências.

Na sua declaração original, que resultou do beijo forçado a uma mulher numa discoteca em Setembro de 2018, Gooding também admitiu ter tido contacto físico não consensual com duas outras mulheres, em Outubro de 2018 e em Junho de 2019.

O oscarizado actor é também acusado de violação num processo civil à parte, mas sempre negou quaisquer actos dessa natureza.

Um dos advogados de Gooding, Frank Rothman, disse à Reuters que o acordo no caso de assédio em Manhattan beneficia o seu cliente ao evitar o registo criminal, bem como ao poupá-lo a mais tempo de prisão.

“Apresentaram-se três vítimas, o que resultou em seis acusações. As acusações relativas a duas das três foram imediatamente arquivadas, e a terceira acabou por ser [analisada] como transgressão”, explicou Rothman.

Em Abril, o procurador distrital adjunto Coleen Balbert disse em tribunal que o acordo surgiu após “longas discussões entre a defesa, eu próprio e as testemunhas queixosas neste caso”. Balbert defendeu que um acordo pouparia as vítimas de terem de testemunhar ou enfrentar um contra-interrogatório num julgamento.

Mas uma das queixosas, Kelsey Harbert, expressou a sua indignação perante o resultado do caso durante uma conferência de imprensa com a sua advogada, Gloria Allred.

“Esperei três anos pela oportunidade de falar sobre a injustiça de Cuba Gooding Jr. Tinha a esperança de fazê-lo no contexto de um julgamento no qual ele seria responsabilizado pelos danos irreparáveis que me causou numa noite de Verão em 2019”, desabafou Herbert.

Cuba Gooding Jr. ganhou o Óscar de melhor actor secundário em 1997 pelo filme Jerry Maguire e é conhecido por papéis em filmes como Uma Questão de Honra ou na minissérie de televisão O Caso de O.J. – American Crime Story, em que vestiu a pele do jogador de futebol americano, o que lhe granjeou uma nomeação nos Emmys.

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