Ser diferente, ou os Cassete Pirata num videoclipe de protesto contra o “espírito de rebanho”

A Semente foi lançada em 2021, sob a forma de álbum (era esse o título) e dele os Cassete Pirata foram publicando singles e videoclipes. Primeiro A pirâmide, ainda em Junho desse ano, depois Só mais uma hora (em Setembro) e, por fim, Tudo faz parte, em Maio de 2022. Agora, chega a vez de Ser diferente, um tema que João Firmino, ou Pir, designa como “canção de protesto”. Uma canção que, explica ele no texto que acompanha o lançamento do novo single, “surgiu de um olhar reflexivo sobre os processos de corrupção que assolam a nossa vida em sociedade.” Um olhar sobre “quem os perpetua, não só os agentes de corrupção, mas todos nós, se nos vergarmos à aceitação ou ao alheamento”, sendo assim “cúmplices de crimes a que assistimos, permitindo que as palavras sirvam de truques de ilusionismo num mundo de aparências, abdicando do nosso poder de denúncia – daí os versos ‘ouve o que eu digo, não digas o que eu faço’. Por isso, esta canção convida também a gritarmos em conjunto o refrão e a espicaçar os nossos espíritos para que não sejam como ovelhas todas iguais de um mesmo rebanho!” O videoclipe é de Martim Torres que, no mesmo comunicado, diz ter aqui explorado visualmente o “universo do rebanho que é instigado a seguir um mesmo caminho, ordeiro, expectável”.

Formados por Pir (João Firmino, voz e guitarra), João Pinheiro (bateria), António Quintino (baixo), Joana Espadinha (teclas e voz) e Margarida Campelo (teclas e voz), os Cassete Pirata deram-se a conhecer em 2017 através de um EP homónimo com as canções Pó no pé, Outra vez, Sem norte e Onze mãos. A produção foi de Benjamim (Luís Nunes), que viria também a produzir o primeiro álbum da banda, A Montra (2019), onde Gonçalo Frota, no Ípsilon do PÚBLICO, viu “a natureza de um rock desapressado – sem prejuízo de erguer enormes canções”. Agora que é publicado mais um single e videoclipe do álbum mais recente, A Semente (2021), os Cassete Pirata adicionam à sua digressão nacional (que passou por festivais como Bons Sons, Impulso, Essência, Enterro da Gata, North Music Festival, Chef’s on Fire, Festival F ou MIL) mais três concertos, ainda em Outubro. O primeiro será no dia 14, em Cantanhede (na Festa d’Anaia), o segundo no Folio, o Festival Literário Internacional de Óbidos (dia 15, Palco INATEL, 22h) e o terceiro no espaço Novo Ático do Coliseu do Porto, no dia 30, domingo, às 18h.