Exposição percorre os 250 anos do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra

Aberta ao público a partir de 14 de Outubro, a exposição que o Museu Nacional de Machado de Castro dedica ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra poderá ser visitada até 19 de Fevereiro de 2023, de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 17h30.

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Jardim Botânico de Coimbra Sérgio Azenha

O Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), em Coimbra, vai inaugurar, na sexta-feira, uma exposição sobre o Jardim Botânico projectado há 250 anos no contexto da reforma pombalina da Universidade de Coimbra.

O Jardim Botânico foi concebido como “equipamento fundamental na reforma” da universidade impulsionada pelo Marquês de Pombal, em 1772, no reinado de D. José, salientou à agência Lusa a directora do MNMC, Maria de Lurdes Craveiro.

“O Jardim é definido para que ali se pudesse constituir um laboratório de estudo, ligado à renovação do ensino”, adoptando “as perspectivas pragmáticas do iluminismo” em diferentes áreas da ciência, com destaque para a botânica, a medicina e a farmácia.

A exposição temporária “Um espaço para Minerva –​ O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC)”, que abre ao público na sexta-feira, às 17h, num dos espaços do Museu Machado de Castro, na Alta da cidade, dá relevo à recente descoberta de 35 “desenhos até agora desconhecidos e de especial significado para a descodificação dos vários ritmos construtivos” do JBUC, de 1772 à actualidade.

O Jardim Botânico “comporta o ideário pombalino da crença no poder renovador da escola e na utilidade social da ciência”, realçou o museu numa nota sobre a iniciativa.

Maria de Lurdes Craveiro afirmou à Lusa que “a equipa das obras trabalhou febrilmente” durante cerca de cinco anos, até 1777, acatando o “dirigismo musculado” do primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal.

Naquele ano, com a morte do rei D. José e a subida ao trono da filha, D. Maria I, “tudo sofre um revés” com a “Viradeira”, a reacção política à governação pombalina, que teve reflexos directos na reforma da universidade, incluindo na construção, apetrechamento e plantação do Jardim Botânico, sublinhou a directora do MNMC.

“O Botânico acabou por sofrer imenso com toda a recessão da vontade política. Era uma área muito grande para intervir”, explicou.

Tratava-se de terrenos adjacentes ao então Colégio de São Bento, sendo os trabalhos realizados ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, além de intervenções mais recentes, já no século XXI.

“O Real Jardim Botânico assume particular importância no percurso político e científico posto em marcha a partir de 1772 em Coimbra. Não apenas porque é, mais uma vez e na articulação aos outros espaços erguidos pela reforma, veículo da alegada modernidade colada às práticas iluministas, mas, sobretudo, porque aqui se constitui a grande plataforma de inter-relação científica a uma escala agigantada de visibilidade e usufruto público”, de acordo com o museu.

No século XXI, segundo a nota de imprensa, o Jardim Botânico “mantém uma integridade sistematicamente enriquecida e é um espaço fundamental na estrutura urbana, científica e lúdica da cidade”.

A exposição poderá ser visitada até 19 de Fevereiro de 2023, de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 17h30.

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