DGPC compra jóias ligadas ao rei D. Luís I para o Museu do Tesouro Real

Peças foram adquiridas em leilão por 15 mil euros. Compra foi feita sob recomendação da equipa científica deste museu instalado no Palácio Nacional da Ajuda.

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A charuteira da casa Leitão & Irmão, alusiva ao baptismo do príncipe real D. Luís Filipe Cabral Moncada

Duas jóias associadas ao rei D. Luís I (1838-1889) foram adquiridas pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) num leilão em Lisboa, com o objectivo de vir a integrá-las na colecção do Museu do Tesouro Real, foi anunciado esta segunda-feira.

As peças compradas por 15.400 euros são uma charuteira em ouro, safiras e diamantes, alusiva ao baptismo do príncipe real D. Luís Filipe (1887-1908), e uma boquilha em ouro filigranado, âmbar, rubis, esmeraldas e diamante, marcada com o monograma “D.L.I.” (D. Luís I), indica um comunicado da DGPC.

De acordo com a mesma fonte, as duas jóias foram compradas num recente leilão da Cabral Moncada, por proposta da direcção do Palácio Nacional da Ajuda, que assegura a direcção científica do museu que foi inaugurado em Junho, nesta que foi uma das residências reais de Lisboa.

Para o director do Palácio Nacional da Ajuda - Museu do Tesouro Real, José Alberto Ribeiro, foram “resgatadas mais duas singulares peças que em muito vêm valorizar as excepcionais colecções da antiga Casa Real que aqui se conservam, em particular, aquelas que foram reunidas em vida pelos monarcas D. Luís e D. Maria Pia”, sublinha, citado no comunicado da DGPC.

A charuteira da casa Leitão & Irmão, alusiva ao baptismo do príncipe real D. Luís Filipe (1887-1908), neto do rei D. Luís, está marcada com o monograma coroado “LM” (rei Luís e rainha Maria Pia), e faz parte de uma encomenda endereçada pelo monarca aos joalheiros da coroa, indica a direcção-geral.

Essa encomenda “compreendia vários objectos destinados a presentear familiares e dignitários ao serviço da corte presentes na solene cerimónia de baptismo, realizada na capela do Paço da Ajuda a 14 de Abril de 1887”, recorda.

Quanto à boquilha, “terá sido herdada sucessivamente por D. Carlos I (1863-1908) e D. Manuel II (1889-1932), pois encontra-se registada no inventário republicano dos bens da antiga Casa Real, entre os pertencentes a D. Manuel II”, e “foi reclamada como propriedade particular e restituída ao ex-monarca no exílio”, acrescenta.

O Museu do Tesouro Real, localizado na ala poente do palácio, guarda uma das mais importantes colecções mundiais de jóias e ourivesaria da monarquia. O espólio está instalado numa caixa-forte de grandes dimensões - 40 metros de comprimento, dez metros de largura e dez metros de altura -, com três pisos, munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas, vitrinas com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.

Além do espaço expositivo, o museu contempla ainda áreas técnicas, um serviço de apoio à gestão, um laboratório de conservação e restauro, duas salas de exposições temporárias, um espaço polivalente e um serviço educativo.

O desenvolvimento deste novo projecto museológico envolveu a DGPC, a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e o município.

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