Taxas Euribor mantêm-se em forte subida, prazo a seis meses supera 1,5%

Taxas a que estão associados os empréstimos à habitação estão em máximos de mais de 10 anos.

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Preços das casas elevados obrigam a maior endividamento de quem compra casa Nuno Ferreira Santos

As taxas Euribor continuaram, na sessão desta terça-feira, a subir de forma expressiva, para máximos de mais de uma década, agravando os juros dos empréstimos. A de seis meses, a taxa presente em cerca de 40% do crédito à habitação das famílias atingiu 1,538%, mais 0,044 pontos do que no dia anterior, que culmina uma subida praticamente contínua desde 6 de Junho, quando entrou em terreno positivo.

De acordo com os dados divulgados pela Lusa, o ritmo de subida das taxas que servem de referência para a grande maioria dos empréstimos à habitação e às empresas continua elevado, o que será seguramente explicado pela antecipação de novos aumentos de taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE).

A Euribor a três meses, que está positiva apenas desde 14 de Julho, atingiu 1%, mais 0,012 pontos e um novo máximo desde Março de 2012. E o prazo mais longo, de 12 meses, também subiu, fixando-se em 2,102%, mais 0,027 pontos e um novo máximo desde Novembro de 2011.

Tendo em conta as recentes subidas, as médias mensais dos três prazos vão sofrer um agravamento expressivo face a Setembro, como já aconteceu em Agosto. A média da Euribor a três meses ficou no mês passado em 0,395%, a seis meses em 0,837%, e a 12 meses em 1,249%. As médias mensais são utilizadas nos novos empréstimos, neste caso a realizar em Outubro, bem como nas revisões de contratos que ocorram nesse mês.

Como seria de esperar, o impacto da subida das taxas de juro é mais elevado nos empréstimos mais volumosos, como é o caso de boa parte dos contratos mais recentes, tendo em conta a forte subida de preços dos imóveis residenciais nos últimos anos.

Uma simulação simples, realizada pelo PÚBLICO, demonstra que um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, associado à Euribor a 12 meses, acrescido de um spread ou margem comercial do banco de 1%, a rever no corrente mês de Setembro, verá a prestação mensal subir 124,37 euros, passando de 448,9 euros (com a taxa de Agosto de 2021) para 573,29 euros. O acréscimo de custo é de 1492,44 euros num ano.

Mas a subida das taxas Euribor não traz apenas más notícias. Para quem tem poupanças em produtos associados a estas taxas, como é o caso dos certificados de aforro, alguns depósitos e outros, a subida das Euribor é positiva.

A subida das taxas de juro no mercado monetário começou no início do ano, acelerando-se com o início da guerra na Ucrânia e com o agravamento da inflação. Para travar o aumento de preços, o Banco Central Europeu iniciou a subida das suas taxas directoras em Julho, em 0,50 pontos-base, e, mais recentemente, em 0,75 pontos-base, sinalizando mais duas a quatro subidas nos próximos meses.

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