Inflação mais alta do que o esperado mantém pressão sobre Reserva Federal

Inflação em cadeia subiu 0,1% e desceu menos do que se esperava a doze meses. Reserva Federal norte-americana prepara nova subida dos juros este mês.

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Jerome Powell, presidente da Fed, anunciará nova subida no dia 21 EPA/JIM LO SCALZO

A taxa de inflação dos EUA em Agosto foi mais alta do que se antecipava, o que poderá levar a uma nova subida expressiva da taxa de juros de referência este mês por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed), conforme destacou o Financial Times, e provocou já uma queda nas bolsas, com o índice bolsista S&P 500 a perder 3,05% e o Nasdaq 4,04%.

Os dados oficiais divulgados esta terça-feira dão nota de uma subida de 0,1% em cadeia, face a Julho (mês em que a variação foi nula), e de 8,3% em termos homólogos, menos dois pontos percentuais (p.p.) face ao que se verificou em Julho - sem as componentes de alimentação e de energia, a taxa mantém-se elevada, nos 6,3%.

A expectativa, de acordo com o FT, era a de uma descida de 0,1% em termos mensais, e de um abrandamento mais expressivo de menos quatro p.p. a doze meses quando comparado com Julho (mantendo-se, mesmo assim, em valores próximos dos máximos de quatro décadas).

De acordo com a nota oficial das autoridades norte-americanas, as maiores subidas em termos mensais registaram-se na habitação, alimentação e cuidados médicos, que não foram mitigados na totalidade pela forte descida nos combustíveis. A doze meses, o índice referente à alimentação subiu 11,4%, o máximo incremento desde Maio de 1979.

“Não vemos nada aqui que faça a Fed optar por uma subida mais suave das taxas este mês”, afirmou ao FT o economista chefe da Fitch, Brian Coulton. A expectativa é a de que a Fed avance com uma nova subida de 0,75 p.p., colocando a taxa de referência entre os 3 e os 3,25%. O valor será conhecido no dia 21, data em que serão divulgadas também novas projecções para a economia norte-americana. Se for uma subida de 0,75 p.p., será a terceira seguida, depois da primeira desta dimensão ter sido anunciada em Junho (e que foi a subida de taxas mais brusca realizada pela Fed desde 1994).

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