Montenegro acusa Costa de “se baralhar nas suas próprias habilidades”

O líder do PSD considerou que António Costa, “de uma vez só, confessou efectivamente um corte de mil milhões de euros” — e não só.

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Luís Montenegro em Carregal do Sal, Viseu Nuno André Ferreira/Lusa

O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta segunda-feira o primeiro-ministro de se baralhar nas suas “próprias habilidades” nas explicações sobre o aumento das pensões dadas na entrevista à TVI/CNN Portugal. “O doutor António Costa baralha-se nas suas próprias habilidades e não percebe bem o alcance das suas atitudes”, acusou Luís Montenegro à chegada a Mangualde, distrito de Viseu, para uma assembleia distrital do partido.

A chegada à reunião que coincidiu com o final da entrevista do primeiro-ministro à TVI/CNN Portugal, Montenegro considerou que António Costa, “de uma vez só, confessou efectivamente um corte de mil milhões de euros” e não só.

“Confessa que efectivamente a lei das pensões que ele e o PS sempre disseram que não necessitava de ser revisitada, de ser revista, porque assegurava para muitas décadas a sustentabilidade da Segurança Social, foi alterada”, justificou.

Ou seja, continuou: “De uma forma dissimulada foi isso que o doutor António Costa disse: vamos alterar a lei de actualização das pensões em Portugal”.

O líder social-democrata alegou que o Governo dá um suplemento aos pensionistas em Outubro, que é “a parte que era devida no próximo ano, do aumento legal das pensões”, e que ainda por cima é “de uma injustiça gritante”.

Segundo as contas feitas por Luís Montenegro, o Governo quer “dar 2500 euros a um pensionista que ganha 5000 euros, ao mesmo tempo que dá 150 [euros] a um que ganha 300 [euros], 200 [euros] a um que ganha 400 [euros], 250 [euros] a um que ganhe 500 euros”.

Montenegro disse não aceitar que que o Governo de Portugal possa, “numa altura de grande dificuldade”, dar aumentos maiores aos que têm pensões mais elevadas, o que é de “uma insensibilidade, de uma insensatez” e “mesmo de um desnorte”.

“Em todo o caso, das suas tentativas, resultaram algumas conclusões, a primeira das quais é importantíssima, é que o doutor António Costa confessou que há um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões a aplicar em 2023 com todos os reflexos que isso tem nos anos subsequentes”, sustentou.

Segundo Luís Montenegro, o chefe do Governo, “não o querendo dizer desta maneira, acabou por anunciar que os aumentos previstos nas pensões de 2023 consagram a necessidade de promover mais sustentabilidade na Segurança Social e, ao mesmo tempo, disse que o adicional que vai ser pago agora no mês de Outubro era um suplemento extraordinário”.

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