Central nuclear de Zaporijjia foi “completamente parada”

Empresa ucraniana iniciou o arrefecimento do único reactor que ainda estava em funcionamento, depois de ter restaurado uma ligação de reserva à central. Eventuais danos irreversíveis nesta ligação de reserva deixariam a central dependente de geradores a gasóleo.

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Central nuclear de Zaporijjia Reuters/ALEXANDER ERMOCHENKO

O único reactor nuclear que ainda estava a funcionar na central ucraniana de Zaporijjia — controlada pelas forças russas, mas operada por engenheiros ucranianos — foi desligado neste domingo como medida de segurança, anunciou a empresa estatal de energia da Ucrânia, a Energoatom.

A central ficou “completamente parada” a partir das 3h41 (hora local, 5h41 em Portugal continental), depois de a empresa ter desligado a unidade número 6, iniciando-se os trabalhos para o arrefecimento do reactor.

Na quarta-feira, o Governo ucraniano apelou aos residentes das áreas ocupadas pela Rússia, em redor da central, para abandonarem as suas casas por motivos de segurança. Kiev e Moscovo têm trocado acusações sobre a responsabilidade de vários ataques na região onde a central está localizada, que podem fazer aumentar o risco de acidente nuclear.

No sábado, a Energoatom disse que restaurou uma ligação de reserva para a central, que afirmou ter sido danificada por bombardeamentos russos. O restauro dessa ligação permite que a central seja alimentada pela rede energética da Ucrânia.

“Por conseguinte, foi tomada a decisão de desligar a unidade de energia 6 e transferi-la para o estado mais seguro – o desligamento frio”, disse a empresa.

Segundo a Energoatom, o risco de novos danos na ligação de reserva “permanece elevado"; e, na hipótese de serem irreversíveis, a central teria de ser alimentada por geradores a gasóleo, “cuja duração é limitada pelo recurso tecnológico e pela quantidade de combustível disponível”.

O restauro da ligação de reserva foi confirmado pelos inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica que estão na central de Zaporijjia. “A energia pode agora ser fornecida pela rede da Ucrânia”, disse a agência na rede social Twitter.

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