G7 quer impor limites ao preço do petróleo russo

Moscovo ameaça deixar de vender petróleo aos países que impuserem um tecto às importações. Gazprom já não vai reabrir Nord Stream 1 este sábado.

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Janet Yellen diz que limite ao preço do petróleo vai prejudicar a capacidade de financiamento do Kremlin JONATHAN ERNST / Reuters

Os países membros do G7 estão dispostos a fixar um tecto para o preço de importação do petróleo da Rússia, com o objectivo de limitar a arrecadação de fundos por Moscovo para financiar a invasão da Ucrânia.

O anúncio foi feito esta sexta-feira depois de um encontro entre os ministros das Finanças do G7 (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) na Baviera, na Alemanha.

“Hoje confirmamos a nossa intenção política em finalizar e implementar uma proibição abrangente de serviços que permitam o transporte marítimo de crude e produtos petrolíferos originários da Rússia – o fornecimento destes serviços só será autorizado se o petróleo e os produtos petrolíferos forem comprados abaixo ou ao preço (‘o limite de preços’) fixado pela coligação ampla de países que aderem e implementam o tecto de preços”, lê-se no comunicado conjunto do G7.

O objectivo da medida é o de “reduzir os lucros da Rússia e a sua capacidade para financiar a guerra de agressão, enquanto limita o impacto da guerra russa sobre os preços da energia a nível global, particularmente entre os países de rendimento baixo e médio”.

A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, disse que a medida será posta em curso “nas próximas semanas”, embora, segundo o Guardian, espera-se que o limite seja imposto em simultâneo com a entrada em vigor dos embargos da União Europeia ao crude russo, a partir de 5 de Dezembro, e aos produtos refinados, a partir de 5 de Fevereiro. No entanto, ainda não é conhecido o valor do tecto para os preços de importação.

Yellen disse que a medida vai representar “um golpe forte para as finanças russas e irá prejudicar a capacidade da Rússia para combater na sua guerra declarada sem motivo contra a Ucrânia”.

Moscovo ameaçou cortar em definitivo o fornecimento de petróleo aos países europeus se o limite aos preços vier a ser imposto. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que “as empresas que impuserem limites de preço não vão estar entre as destinatárias de petróleo russo”.

A Gazprom, por seu turno, recuou na promessa de reabrir o gasoduto Nord Stream 1, dizendo ter detectado uma fuga que afecta uma das turbinas. A principal linha de fornecimento de gás à Europa está encerrada há três dias e a empresa estatal russa tinha dito que pretendia retomar o fluxo a partir deste sábado. Não foi dada nenhuma nova data para que o fornecimento seja retomado.

As vendas do sector petrolífero são uma das principais fontes de financiamento do orçamento federal russo, correspondendo a cerca de 44% do total de exportações. Apesar das sanções motivadas pela guerra na Ucrânia, os lucros obtidos pela Rússia com a venda de petróleo e gás natural subiram desde o início do ano por causa do incremento dos preços destes produtos nos mercados internacionais.

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