Corpo de José Eduardo dos Santos chega hoje a Luanda

Restos mortais do ex-Presidente estão a caminho da capital angolana e devem chegar às 19h. Eduardo dos Santos morreu em Julho, numa clínica em Barcelona, e parte da família contesta processo de trasladação.

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José Eduardo dos Santos morreu a 8 de Julho, em Barcelona LUSA/TIAGO PETINGA

Os restos mortais de José Eduardo dos Santos chegam este sábado ao final da tarde a Luanda. Fonte do MPLA tinha dito ao PÚBLICO que a chegada do corpo do ex-Presidente, anunciada pelo Governo angolano, estava prevista para as 17h, mas, segundo a Lusa, o momento só deve acontecer por volta das 19 horas locais (mesmo horário em Portugal continental.

“O executivo angolano torna público que chegam na tarde deste sábado a Luanda os restos mortais do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido no passado dia 8 de Julho em Barcelona, Reino de Espanha”, lê-se no comunicado enviado pelo executivo de João Lourenço durante a manhã.

A nota refere ainda que “a data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados”.

A trasladação do corpo do antigo Presidente angolano tem estado envolvida em polémica devido ao diferendo entre alguns membros da família de José Eduardo dos Santos e o actual Governo angolano.

Uma das facções, que inclui Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, opõe-se à entrega dos restos mortais do ex-Presidente à viúva, Ana Paula dos Santos, e contesta a decisão de quarta-feira de um tribunal da Catalunha, que decidiu nesse sentido.

Também rejeitam a realização de um funeral de Estado antes das eleições agendadas para o próximo dia 24 de Agosto para evitar aproveitamentos políticos por parte do Presidente João Lourenço.

A outra facção, que inclui Ana Paula dos Santos e os seus três filhos em comum com José Eduardo dos Santos, quer que o corpo seja enterrado em Angola.

A advogada de Tchizé e dos irmãos que recusam a decisão judicial disse este sábado à Lusa que estes desconheciam que o corpo do pai tinha já sido entregue à viúva e revelou que ponderam queixar-se ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

“Alguma coisa aconteceu. Uma das partes não ter conhecimento disto é estranho, para qualificar a situação de alguma forma”, disse a advogada Carmen Varela, informando que havia ainda recursos por decidir em tribunal – embora não tivessem efeitos suspensivos – e que não houve qualquer notificação do tribunal.

Este sábado, Tchizé dos Santos pediu para o funeral ser “organizado com o devido tempo” e voltou a criticar o aproveitamento político do MPLA do momento.

Com António Rodrigues, em Luanda

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