Fumo do incêndio na Serra da Estrela chega a Madrid

O fumo do incêndio na Serra da Estrela chegou à capital espanhola, a mais de 400 quilómetros de distância. As autoridades locais foram obrigadas a explicar aos residentes que não existiam fogos nas proximidades.

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Madrid sente fumo do incêndio da serra da Estrela, a 400 km de distância Reuters, Joana Bourgard

O fumo do incêndio florestal na Serra da Estrela chegou a Madrid, a mais de 400 quilómetros de distância, envolvendo os prédios mais altos da capital espanhola e levando os habitantes a queixarem-se do forte cheiro a queimado.

O incêndio no parque nacional da Serra da Estrela começou no dia 6 de Agosto e foi dominado na sexta-feira, mas, depois de um fim-de-semana mais calmo, reacendeu-se novamente na segunda-feira, levando à evacuação de várias aldeias.

Esta terça-feira, quase 1300 bombeiros, apoiados por 15 aeronaves, estão a combater as chamas — que já consumiram mais de 24 mil hectares. André Fernandes, da Protecção Civil, revelou que o fogo tem várias frentes activas e que o vento forte e tempo seco estão a dificultar o combate.

Imagens de satélite da NASA Worldview mostram a coluna de fumo que se estende desde o Oeste da Península Ibérica até à metade Leste e para além de Madrid, onde os serviços de emergência tiveram de explicar aos habitantes que não havia fogo nas proximidades.

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Imagens da NASA mostram coluna de fumo na Península Ibérica NASA Worldview

No Leste de Espanha, no entanto, centenas de bombeiros combatem dois incêndios na região de Valência. Na área de Ebo, a Sul de Valência, as estradas foram encerradas e cerca de duas mil pessoas foram retiradas desde domingo depois de um raio ter desencadeado o incêndio, que desde então já queimou mais de 9500 hectares.

As alterações climáticas deixaram partes da península no seu ponto mais seco em 1200 anos, de acordo com um estudo publicado no mês passado na revista Nature Geoscience.

Julho foi o mês mais quente registado em Espanha desde pelo menos 1961, data em que o serviço meteorológico espanhol iniciou o registo. Em Portugal, foi o Julho mais quente dos últimos 92 anos, com temperaturas quase sempre acima do normal e com 98 novos recordes de temperatura máxima.

Os incêndios florestais queimaram mais de 270 mil hectares em Espanha até agora, muito acima da média anual de 15 anos de 70 mil, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais.

Em Portugal, os incêndios florestais devastaram cerca de 85 mil hectares, ou quase 1% do território do país, a percentagem mais elevada da União Europeia.

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