O princípio de Uma Só China não deve ser desafiado

A China tomará todas as medidas necessárias para responder à visita da presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi. Todas as consequências decorrentes devem ser assumidas pelos Estados Unidos e pelas forças secessionistas da “Independência de Taiwan”.

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Um homem vê na fachada de um centro comercial de Pequim as notícias sobre os exercícios militares que a China está a realizar no estreito de Taiwan Reuters/THOMAS PETER

A 2 de agosto, a despeito das advertências sérias da China, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitou a região de Taiwan da China. É uma violação severa do princípio de Uma Só China. Infringe deliberadamente a soberania e a integridade territorial da China e prejudica a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. A visita despertou forte indignação entre o povo chinês e ampla oposição da comunidade internacional.

Existe apenas uma China no mundo, e Taiwan é uma parte inalienável do território da China. O Governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China. É claramente reconhecido pela Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1971. Desde a fundação da República Popular da China em 1949, 181 países estabeleceram as relações diplomáticas com a China com base no princípio de Uma Só China. O princípio de Uma Só China é um consenso geral da comunidade internacional e uma norma básica de relações internacionais.

Em 1979, os Estados Unidos assumiram o compromisso explícito no Comunicado Conjunto sobre o Estabelecimento das Relações Diplomáticas China-EUA de que, “os Estados Unidos da América reconhecem que o Governo da República Popular da China é o único governo legítimo da China. Neste contexto, o povo dos EUA manterá as relações culturais, comerciais e outras relações não oficiais com o povo de Taiwan”. Nancy Pelosi é a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA e a número dois na linha de sucessão presidencial, pelo que a sua visita e as suas atividades em Taiwan, de qualquer forma e de qualquer razão, são uma violação grave do princípio de Uma Só China que o governo dos EUA se comprometeu a respeitar e é uma grave provocação política para uma escalada dos intercâmbios oficiais dos EUA com Taiwan. A China não aceita isso de forma alguma e o povo chinês rejeita-o absolutamente. A traição despudorada dos EUA na questão de Taiwan só vai levar à falência da sua credibilidade.

A essência da questão de Taiwan é a luta entre separatismo e anti-separatismo, “Independência de Taiwan” e “Anti-Independência de Taiwan”. O Estreito de Taiwan está a enfrentar uma nova rodada de tensões e desafios severos e a razão fundamental reside na alteração reiterada do statu quo pelas autoridades de Taiwan e pelos EUA. As autoridades de Taiwan procuram a independência, contando com o apoio dos EUA. Os Estados Unidos mantêm a intenção de usar Taiwan para conter a China, distorcem, obscurecem e esvaziam o princípio de Uma Só China, intensificam os intercâmbios oficiais com Taiwan e respaldam as atividades secessionistas da “Independência de Taiwan”. Tudo isto são atos muito perigosos, como se brincasse com o fogo.

A defesa da soberania nacional e integridade territorial é a determinação firme do povo chinês, mais de 1,4 mil milhões de pessoas. A vontade do povo não pode ser desafiada, a tendência dos tempos não pode ser revertida. Nenhum país, força ou indivíduo deve cometer o erro de cálculo de duvidar da determinação firme, vontade resoluta e capacidade do governo e do povo chineses, para defender a soberania nacional e integridade territorial, e realizar a reunificação e a revitalização da nação chinesa. A China tomará todas as medidas necessárias e defenderá resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial para responder à visita da presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi. Todas as consequências decorrentes devem ser assumidas pelos Estados Unidos e pelas forças secessionistas da “Independência de Taiwan”.

Portugal é Parceiro Estratégico Global da China. Nos últimos 43 anos, desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, a confiança política mútua sino-portuguesa vem-se aprofundando e foram obtidos resultados frutíferos na sua cooperação pragmática nas áreas de economia e comércio, investimento, infraestruturas, finanças, mar, ciência e tecnologia, educação, cultura, saúde e nos mercados terciários, criando benefícios tangíveis aos dois povos.

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Dezassete acordos de cooperação em diversas áreas, da exportação de uvas de mesa ao desenvolvimento de nanossatélites, foram assinados em Dezembro de 2018, quando o Presidente da China, Xi Jinping, visitou Portugal REUTERS/RAFAEL MARCHANTE

A parte chinesa aprecia que os governos de Portugal tenham aderido ao princípio de Uma Só China, que constitui a base política do desenvolvimento saudável, estável e rápido das relações sino-portuguesas. Estou certa de que os nossos amigos portugueses podem reconhecer a natureza absurda e as consequências graves da visita da Nancy Pelosi a Taiwan, e que podem continuar a seguir uma posição justa e o princípio de Uma Só China, no sentido de preservar a magna causa da amizade sino-portuguesa. A parte chinesa está disposta a trabalhar com a parte portuguesa, para levar adiante a Parceria Estratégica Global China-Portugal com passos sólidos e olhos postos no futuro, a fim de beneficiar os dois povos e contribuir mais para o desenvolvimento pacífico regional e mundial.

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