Acusada de capacitismo, Beyoncé altera letra que usava termo discriminatório para pessoas com deficiência

Em causa está a utilização do termo spaz num dos versos de Heated. O termo é considerado discriminatório para as pessoas com deficiência, principalmente para quem sofre de paralisia cerebral.

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Beyoncé vai alterar a letra de Heated Reuters/CBS

Beyoncé vai remover um termo considerado ofensivo para pessoas com deficiência de uma das letras do seu novo álbum, Renaissance, lançado na passada sexta-feira, depois de ter sido criticada e acusada de capacitismo.

Em causa está a utilização do termo spaz num dos versos da canção Heated​, que Beyoncé escreveu em co-autoria com Drake. O termo é considerado discriminatório para as pessoas com deficiência, principalmente para quem sofre de paralisia cerebral. Um representante da cantora disse esta segunda-feira à Insider que a letra vai ser alterada. “A palavra, não usada intencionalmente de forma prejudicial, será substituída”, lê-se no comunicado.

Em Junho, a cantora norte-americana Lizzo também foi criticada por usar o mesmo termo na música Grrrls, do seu álbum Special. Depois de uma reacção rápida às críticas que recebeu, Lizzo pediu desculpa e alterou a letra, acrescentando que nunca quis “promover linguagem depreciativa”.

Segundo o Guardian, o termo em questão é considerado muito ofensivo no Reino Unido, mas nem tanto nos EUA. Em 2003, ficou em segundo lugar numa pesquisa da BBC sobre os termos mais ofensivos relacionados com pessoas com deficiência.

A activista e escritora australiana Hannah Diviney escreveu no Guardian que “lamentava ter de testemunhar a mesma situação a acontecer novamente em tão pouco tempo”. Em Junho, Diviney foi uma das primeiras pessoas a criticar o uso do termo por Lizzo. “Achei que tínhamos mudado a indústria da música e iniciado uma conversa global sobre o porquê de a linguagem capacitista – intencional ou não – não ter lugar na música. Mas acho que estava errada”, escreveu a activista num artigo publicado no jornal britânico.

Também a Sense, instituição britânica de caridade para pessoas com deficiência, escreveu no Twitter que foi “decepcionante” ver outro artista a usar a palavra após o incidente com Lizzo. “Esperamos que Beyoncé siga o exemplo de Lizzo e mude a letra. Precisamos de mais educação para melhorar a consciencialização sobre a deficiência”, escreveu a organização.

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