Depois do BPI, a Caixa também diz que não tem “lucros excessivos”

Resultado líquido do banco público cresceu 65%, para 486 milhões de euros, nos primeiros seis meses, com forte contributo internacional. Caixa e Novo Banco venderam Esegur.

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Paulo Macedo justifica crescimento dos lucros com áreas do banco que correram bem no semestre LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, defendeu esta sexta-feira que o banco público não tem “lucros excessivos”, uma ideia também defendida pelo presidente do BPI, numa altura em que Espanha criou um novo imposto sobre as receitas dos bancos e empresas energéticas.

“Não temos lucros excessivos, nem na margem. Tivemos felizmente várias áreas do banco a correr bem”, disse Paulo Macedo, que respondia às questões dos jornalistas durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais da CGD, que se saldaram por lucros de 486 milhões de euro, uma subida de 65% face a igual período do ano passado.

O presidente da CGD recordou que a banca já paga uma contribuição extraordinária desde 2011, tendo sido ainda criado, em 2020, o adicional de solidariedade sobre a banca. E ainda que a CGD e outros bancos pagaram o imposto extraordinário mesmo “nos anos que tiveram prejuízos”.

Esta sexta-feira, João Pedro Oliveira e Costa, presidente do BPI, também se referiu àquilo a que chamou de uma demonstração de “solidariedade significativa com a sociedade”, tendo em conta a contribuições para os fundos de resolução e ainda o adicional de solidariedade. No dia em que o BPI apresentou lucros de 201 milhões de euros, mais 9% face a igual período de 202, o gestor referiu que “os resultados da banca podem parecer expressivos, mas em termos relativos não o são”.

O banco público justificou o aumento dos lucros com o crescimento de várias áreas, nomeadamente a internacional e a venda de alguns activos não “core”.

Já esta semana, e portanto, fora das contas do primeiro semestre do ano, Paulo Macedo anunciou a venda da empresa de segurança Esegur, que era detida em 50% pela Caixa e em 44% pelo Novo Banco, à espanhola Trablisa. O valor da transacção não foi revelado, limitando-se Paulo Macedo a referir que o efeito em capitais foi marginal, mas positivo.

Entretanto, a Caixa diz aguardar luz “verde” do Governo para relançar o processo de alienação de um dos bancos que tem em Cabo Verde, esperando que a decisão do Executivo possa acontecer em Agosto.

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