Coligação de centro-direita italiana fecha acordo para escolher candidato a primeiro-ministro

Líder do partido mais votado da coligação terá o direito a nomear o chefe do Governo. Giorgia Meloni, líder da extrema-direita, parte como favorita.

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Giorgia Meloni está bem colocada para se tornar na próxima primeira-ministra de Itália GUGLIELMO MANGIAPANE / Reuters

O partido mais votado entre a coligação de centro-direita em Itália irá escolher o novo primeiro-ministro se a aliança vencer as próximas eleições, segundo o acordo fechado na quarta-feira entre as formações políticas. O entendimento deixa a líder da extrema-direita, Giorgia Meloni, bem colocada para assumir a chefia do Governo.

O Governo de Mario Draghi caiu na semana passada, abrindo caminho a eleições antecipadas marcadas para 25 de Setembro. As sondagens indicam que a coligação de direita se encaminha para ser a mais votada.

A escolha de um candidato a primeiro-ministro tem gerado tensão dentro da aliança que reúne a Liga de Matteo Salvini, o Força Itália de Silvio Berlusconi e os Irmãos de Itália, de Meloni, que é actualmente o partido mais popular da coligação.

A imprensa italiana diz que Berlusconi receia que a possibilidade de Meloni vir a ser a primeira-ministra pode afastar os eleitores mais moderados por causa das raízes neofascistas do seu partido. Porém, o acordo confirma uma regra tradicional na coligação.

“A aliança irá propor ao Presidente da República um primeiro-ministro que seja indicado pelo partido com mais votos”, afirmaram os partidos de centro-direita através de um comunicado, divulgado após uma reunião entre os líderes. Caso vença, Meloni tem a possibilidade de indicar outra pessoa da aliança se assim o desejar.

O partido de Meloni obteve apenas 4% nas eleições de 2018, mas agora as sondagens atribuem-lhe mais de 23%, o que faz do Irmãos de Itália o maior partido do país, à frente do Partido Democrático, de centro-esquerda.

Ao abrigo da lei eleitoral, 36% dos parlamentares das duas câmaras legislativas são eleitos por listas uninominais, enquanto os restantes são escolhidos por representação proporcional através de listas partidárias separadas. O sistema misto beneficia partidos que integram alianças para evitar a diluição do apoio à sua família política.

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