Incêndio de Alijó dominado a 90%. Mais de 150 operacionais no terreno

As autoridades prevêm a extinção do incêndio nas próximas horas. A4 esteve fechada várias vezes ao longo da tarde. Pelas 22h, no terreno estavam 157 operacionais e 47 veículos.

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Tiago Lopes

Mais de 150 operacionais estão a combater um incêndio que lavra desde as 16h em Vila Verde, concelho de Alijó, informou fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real.

De acordo com a Protecção Civil, a A4 esteve fechada ao trânsito nos dois sentidos, entre os nós do Pópulo e de Justes, entre Vila Real e Alijó, na sequência do deflagrar do fogo. Mais tarde, as chamas levaram também ao corte da Estrada Nacional (EN) 15.

A A4 reabriu nos dois sentidos às 19h26, mas voltou a encerrar, pelas 20h11. No entanto, o sentido Vila Real-Bragança foi reaberto pelas 20h35 e o sentido Bragança-Vila Real pelas 20h48. À CNN, Artur Mota, segundo-comandante distrital de operações de socorro, afirmou que por volta das 23h “uma parte” da A4 foi novamente cortada, durante “cerca de 15 minutos”, tendo sido novamente reaberta após a realização de uma operação necessária para combater as chamas

No que toca à EN15, esta foi aberta pelas 20h36. De acordo com o CDOS de Vila Real, o corte da A4 e da EN15 foi feito “por precaução”.

Meios que estavam estacionados em Murça nas operações de rescaldo do incêndio que lavrou naquela região na última semana transitaram para Alijó, para ajudar ao combate, muito embora não houvesse habitações em perigo.

Mais de 150 operacionais combatem chamas em Vila Verde

Pelas 19h30, o incêndio em Vila Verde, no concelho de Alijó, lavrava com “bastante intensidade” e estavam a ser posicionados meios para proteger uma área florestal, avançou fonte da Protecção Civil.

Segundo Artur Mota, o incêndio em Alijó está 90% dominado, tendo apenas uma frente activa, que terá “cerca de uma centena de metros”, afirmou à CNN. O segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real explicou que o incêndio “está a deflagrar numa zona de difícil acesso”, mas a “zona junto à auto-estrada está segura”.

“Com as condições que temos actualmente, o combate é ineficaz. O que se tem feito foi usar a água dos meios aéreos para atrasar a progressão das chamas para agora, durante a noite, com melhor meteorologia e mais humidade”, ser mais fácil​ extinguir o fogo, acrescentou Artur Mota.

De acordo com o site da Protecção Civil, pelas 22h estavam no local, a combater as chamas, 155 operacionais e 47 veículos. Este continua a ser considerado o incêndio mais importante. Segundo as previsões da Protecção Civil, nas próximas duas a três horas o incêndio deverá estar dominado.

Secretária de Estado da Protecção Civil vai reavaliar risco de incêndio

Entretanto, a Secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, reúne-se este domingo de manhã, por videoconferência, com membros das áreas governativas da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Acção Climática e da Agricultura e Alimentação, para reavaliar as previsões meteorológicas e o risco de incêndio.

Dados provisórios recolhidos desde o início deste ano até 23 de Julho pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) dão conta de que arderam até agora nos espaços rurais 56.548 hectares, metade dos quais correspondentes a povoamentos florestais. A área queimada sobrante refere-se a mato (40%) e zonas dedicadas à agricultura (11%). Foram contabilizadas um total de 68.149 ocorrências.

No período homólogo do ano passado a área ardida ficou-se pelos 15.449 hectares, ou seja, menos de um terço da de 2022 - em linha, de resto, com o que está a suceder nos restantes países da União Europeia, onde os incêndios já queimaram um total de 517.881 hectares, o que equivale à superfície das ilhas de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas e ultrapassa já a área atingida em todo o ano de 2021.

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