Auriol Dongmo saiu do pódio na segunda metade do concurso do peso

Lançadora portuguesa terminou a prova com 19,62m, que lhe valeram um quinto lugar em Eugene. Continua a faltar-lhe uma medalha nos Mundiais ao ar livre.

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Dongmo não conseguiu replicar em Eugene algumas das marcas que fez esta época Reuters/ALEKSANDRA SZMIGIEL

Desde que começou a representar Portugal, no final de 2019, Auriol Dongmo tem construído um palmarés invejável. Sagrou-se campeã europeia em pista coberta (Torun, 2021), campeã mundial indoor (Belgrado, 2022), conseguiu um quarto lugar nos Jogos Olímpicos e pulverizou várias vezes o recorde nacional do lançamento do peso. Neste domingo, em Eugene, EUA, a atleta de 31 anos procurou juntar ao currículo uma medalha em Mundiais ao ar livre, mas acabou em quinto lugar, ultrapassada na segunda metade do concurso.

Chase Ealey (EUA) abriu a prova com uma marca de respeito, 20,49m, que deixou a concorrência em sentido. Ia ser necessária a melhor versão das adversárias para discutirem a medalha de ouro e as únicas que se aproximaram da marca dos 20 metros, na primeira série de lançamentos, foram a chinesa Lijiao Gong (19,58m) e a própria Auriol (19,44m).

Gong, campeã olímpica e bicampeã mundial (2017 e 2019), subiu a parada no segundo ensaio para os 19,84m e a portuguesa seguiu-lhe as pisadas, chegando aos 19,62m. Marca insuficiente, ainda assim, para evitar ser ultrapassada no terceiro lugar provisório pela neerlandesa Jessica Schilder, que arrancou um lançamento a 19,77m.

Com 19,75m como melhor marca pessoal ao ar livre, Auriol Dongmo estava a fazer uma prova em linha com o historial recente. Ela que, nesta época, tinha lançado 19,68m, a 12 de Março, em Leiria. Mas precisava de mais se queria conquistar a primeira medalha num Campeonato do Mundo outdoor, depois das participações em Pequim 2015 e em Londres 2017, ainda com a bandeira dos Camarões.

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A pressão, de resto, ia aumentando com a prestação de Lijiao Gong, que continuou a elevar a fasquia e entrou na casa dos 20 metros, com 20,23m. Auriol ficou aquém das anteriores marcas, com um terceiro ensaio a 19,38m, mas tinha mais três tentativas para se superar. Paulo Reis, treinador da lançadora desde que chegou a Portugal, em 2017, acompanhava a prova nas bancadas.

Antes da final, o técnico tinha apontado o pódio como um resultado muito positivo, atendendo à “covid-19 e outros problemas” que a atleta tem enfrentado para encontrar a sua melhor condição, e o quarto ensaio de Dongmo foi o pior até então - o engenho escapou-lhe no momento do arremesso e acabou por fazer um nulo. Seguiu-se um penúltimo lançamento a 19,39m e um derradeiro a 19,54m.

Foi curto para chegar ao pódio e, na última série, viu ainda a canadiana Sarah Mitton ultrapassá-la no quarto lugar, com a mesma marca que valeu a Schilder a medalha de bronze. A luta pelo ouro, essa, foi levada até ao fim, graças ao concurso em crescendo de Gong, que ainda atingiu os 20,39m, para terminar a 10 centímetros de Chase Ealey, a nova campeã mundial, que fez a festa em casa.

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