Presidente do Sri Lanka demitiu-se formalmente e vai começar a escolha do sucessor

Gotabaya Rajapaksa enviou carta por e-mail à chegada a Singapura e o seu primeiro-ministro tomou posse como Presidente interino.

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O primeiro-ministro toma posse como Presidente interino EPA/Sri Lankan President's Media Division HANDOUT

Os manifestantes que há praticamente uma semana ocupavam o palácio presidencial e a residência oficial do primeiro-ministro do Sri Lanka abandonaram ambos os locais na quinta-feira à tarde, horas depois de o Presidente ter apresentado a sua demissão por e-mail.

A partir de Singapura, para onde fugiu depois de uma primeira paragem nas Maldivas, Gotabaya Rajapaksa enviou a sua carta de renúncia ao cargo, que em Colombo foi recebida com festejos nas ruas. “O país está todo a celebrar porque é uma grande vitória”, disse a activista Damitha Abeyrathine à Reuters, rodeada por pessoas que cantavam e dançavam. “Nunca pensámos que o país se veria livre desta família corrupta Rajapaksa”, acrescentou.

Apesar da demissão presidencial, que se aguardava há dias, os protestos que duram há mais de três meses vão manter-se. O primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, assumiu a Presidência interina do país, mas os manifestantes e a oposição também exigem a sua demissão.

Agora que Gotabaya entregou formalmente a sua resignação, o Parlamento pode dar início oficial ao processo da sua substituição. Os deputados reúnem-se no sábado e até podem votar um nome já na próxima semana, ainda que disponham de um mês para escolher um novo chefe de Estado.

Ranil Wickremesinghe deverá ser candidato ao cargo e tem grandes probabilidades de ser eleito, uma vez que o partido presidencial detém a maioria dos lugares na Assembleia. Nessa eventualidade, os protestos poderão recrudescer. É expectável que também entre na corrida o presidente do partido Poder Popular Unido e líder da oposição, Sajith Premadasa.

Esta sexta-feira, o Supremo Tribunal proibiu Mahinda e Basil Rajapaksa, irmãos de Gotabaya e, respectivamente, ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Finanças, de abandonarem o país.

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