Planeta soma recordes: NASA confirma que Junho foi um dos mais quentes desde que há registos

Os dados da NASA e da agência norte-americana dos oceanos e atmosfera corroboram a informação europeia: atravessámos um dos Junhos mais quentes e vamos continuar a bater recordes.

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Ondas de calor deverão continuar nos próximos anos - e podem mesmo intensificar-se LUSA/NUNO VEIGA

Ao longo dos últimos anos, todos os meses existe algum dado negativo a assinalar: as temperaturas estão mais altas e os registos entram rapidamente nos pódios de meses mais quentes de sempre. Junho não foi excepção. Tanto os dados agência espacial norte-americana (NASA, na sigla em inglês) como da Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOOA, na sigla em inglês) colocam o último mês de Junho como um dos mais quentes desde há registos. O NOOA aponta mesmo que este é o 6.º Junho mais quente desde 1880.

Já na última semana, um boletim do Serviço de Alterações Climáticas do programa europeu Copérnico colocava o último mês como o terceiro Junho mais quente a nível global desde que há registos.

Apesar das diferenças nas medições, induzidas por diferentes formas de avaliar ou locais de registo de temperatura, todos os relatórios mostram que o planeta tem aquecido rapidamente nas últimas quatro décadas. Inclusive em regiões polares como o Árctico e a Antárctida, onde as temperaturas aumentaram entre os 2 e os 7 graus Celsius – comparativamente com o valor médio das temperaturas do mês de Junho entre 1951 e 1980.

Os dados recolhidos pela NASA para o último mês de Junho apontam para um aumento médio de 1,1 graus Celsius quando comparado com os meses de Junho do final do século XIX. Este aumento é bastante significativo pelo curto espaço de tempo em que acontece – e tem tendência para continuar. “Estamos a ver estes tipos de ondas de calor a ocorrer de forma mais intensa e mais frequente”, observa Ahira Sánchez-Lugo, cientista do NOOA, em declarações ao jornal norte-americano Washington Post.

Diferentes dados mas as mesmas conclusões

O director do Serviço de Alterações Climáticas do Copérnico, Carlos Buontempo, realçava a mesma tendência para a ocorrência de novas ondas de calor, inclusive mais severas, ao longo dos próximos anos em vários pontos do globo.

Apesar de as temperaturas não serem uniformes entre todas as agências, as conclusões são as mesmas. Um dos aspectos realçados por Sánchez-Lugo é precisamente um aumento também nas temperaturas nocturnas: “Durante a noite, devíamos conseguir arrefecer. Não só nós como os animais, as plantações, tudo. Quando isto não acontece, é aí que ganhamos exaustão de calor ou doenças provocadas pelo calor”, explica.

Nos últimos dias, Portugal também tem batido recordes de temperatura devido à onda de calor que atinge o país. Os 47 graus Celsius registados esta quinta-feira na estação meteorológica de Pinhão é um recorde no mês de Julho – e fica perto do valor mais elevado de sempre: 47,3 graus a 1 de Agosto de 2003, na Amareleja.

Fenómenos como as ondas de calor, a intensificação da seca, e o aquecimento dos oceanos poderão ser agravados ao longo dos próximos anos, devido aos efeitos provocados pelas alterações climáticas, como avisam as instituições internacionais.

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