Ministro da Defesa britânico anuncia que não vai concorrer ao lugar de Boris Johnson

Apesar de surgir à frente numa sondagem interna, Ben Wallace escreveu no Twitter que depois de falar com amigos e família decidiu concentrar-se no seu cargo e não se lançar na corrida a líder dos Partidos Conservadores.

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PETER NICHOLLS/Reuters

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, anunciou este sábado, pelo Twitter, que não vai lançar a sua candidatura à liderança do Partido Conservador, para substituir Boris Johnson, que esta semana, depois de inúmeras pressões dos seus deputados, anunciou que vai abandonar o seu cargo no partido.

“Depois de pensar muito e de conversar com colegas e a família, tomei a decisão de não entrar na corrida para a liderança do Partido Conservador. Estou muito grato a todos os meus colegas deputados e a outros militantes que manifestaram o seu apoio”, escreveu Wallace.

O responsável da pasta da Defesa no ainda Governo de Boris Johnson, que afirmou que só sai da liderança do Governo em Outubro quando o seu sucessor no partido estiver escolhido, garante que não foi uma “decisão fácil”, mas que chegou à conclusão que tinha de estar concentrado no seu “trabalho actual” e “manter o país em segurança”.

“Desejo muita sorte a todos os candidatos e espero que voltemos rapidamente a concentrar-nos em lidar com as questões pelas quais fomos todos eleitos”, acrescentou.

Ben Wallace já parecia dar a entender qual seria a sua posição na quinta-feira, quando escreveu, também no Twitter: “Alguns de nós temos a obrigação de manter este país seguro, seja qual for o primeiro-ministro. O partido tem mecanismos para mudar os líderes e é esse o mecanismo que aconselho os colegas a usar. Enquanto isso, a população não nos perdoaria se deixámos vazios estes Gabinetes do Governo vazios”.

O nome de Wallace tinha começado a circular como sendo um provável sucessor de Johnson e até já surgia entre os favoritos, refere o Guardian. Numa recente sondagem entre membros do partido sobre quem deveria ser o novo líder aparecia à frente.

Com um estilo diametralmente oposto ao do ainda primeiro-ministro, Wallace começou a ganhar notoriedade o ano passado com a retirada das forças britânicas do Afeganistão, mas foi, sobretudo, com a guerra na Ucrânia que passou a ser um rosto conhecido.

A decisão anunciada por Wallace mereceu um comentário desolado da blogger e escritora Louise Mensch, que chegou a ser deputada dos tories entre 2010 e 2012. “Oh, não, essa é uma decisão totalmente errada, Ben. Espero que mudes de ideia. Isso é devastador para o nosso país e, claro, para a Ucrânia”, escreveu.

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