Líderes mundiais lamentam assassinato de Shinzo Abe, “defensor da democracia e do pluralismo”

Depois de o governo japonês ter lamentado o tiroteio num país marcado pela rara violência política e pelo controlo rígido de armas, foi a vez de os líderes mundiais lamentarem a morte do ex-primeiro-ministro japonês.

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Ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe morre após ser baleado num comício FRANCK ROBICHON/EPA

O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu esta sexta-feira, vítima de um atentado a tiro durante um comício na cidade de Nara. Foi hospitalizado em estado considerado muito grave e acabou por não resistir aos ferimentos. Foi o primeiro assassinato de um ex-primeiro-ministro japonês desde os dias do militarismo pré-guerra na década de 1930.

O Governo japonês foi o primeiro a condenar o ataque, num país marcado pela quase inexistente taxa de violência política e em que as armas são rigidamente controladas

Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar”, afirmou o chefe de gabinete do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa, quando Abe estava ainda em estado crítico.

Depois da morte de Abe ter sido anunciada, o primeiro-ministro Fumio Kishida condenou o tiroteio nos “termos mais fortes”, durante uma conferência de imprensa. “Este ataque é um acto de brutalidade que aconteceu durante as eleições – a base da nossa democracia e é absolutamente imperdoável”, disse Kishida, citado pela Reuters.

A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que “não perdoa o terrorismo político”, enquanto o ministro da Defesa do Governo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que “o terrorismo e a violência não devem ser perdoados”.

"Um líder notável do Japão"

A primeira pessoa a reagir publicamente ao assassinato do ex-primeiro-ministro japonês, foi o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, através de uma publicação na sua conta oficial no Twitter. “Estou profundamente triste com o assassinato hediondo de Shinzo Abe, um defensor da democracia e meu amigo e colega ao longo de muitos anos.

Numa publicação acompanhada de uma fotografia ao lado do antigo chefe de Governo japonês, Stoltenberg dirige as “mais sinceras condolências à família, ao primeiro-ministro Fumio Kishida e ao povo do Japão, parceiro da NATO, neste momento difícil”.

Os líderes das principais instituições da União Europeia (UE) seguiram-se a lamentar o assassínio de Abe, que classificam como um “defensor da democracia e do pluralismo.”

Na mesma rede social, a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu o ex-primeiro-ministro japonês como “uma pessoa maravilhosa, um grande democrata e campeão da ordem mundial multilateral”, adiantando que o seu “assassínio brutal e cobarde está a chocar o mundo inteiro”.

Pela sua parte, a presidente do Parlamento Europeu disse, também num tweet, estar “triste e chocada” com o acontecimento.

Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, denunciou o “ataque cobarde” contra Shinzo Abe, que considerou “um verdadeiro amigo e feroz defensor da ordem multilateral e dos valores democráticos”. “Estou chocado e triste com o ataque cobarde contra Shinzo Abe enquanto desempenhava funções profissionais”, escreveu Michel na sua conta na rede social Twitter.

“Nunca vou conseguir compreender o assassinato brutal deste grande homem. Japão, os europeus estão do vosso lado. As minhas sinceras condolências à esposa e família”, concluiu.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, por sua vez, começou por reagir ao tiroteio afirmando estar “triste e consternado” com o ataque “desprezível”. Quando soube da morte do antigo líder japonês, escreveu na sua conta oficial do Twitter: “Soube da notícia incrivelmente triste sobre Shinzo Abe. A sua liderança global em tempos difíceis será lembrada por muitos. Os meus pensamentos estão com sua família, amigos e o povo japonês. O Reino Unido está com você neste momento sombrio e triste.”

O chanceler da Alemanha mostrou-se também “chocado e profundamente triste”, atribuindo as suas “mais profundas condolências” para a família Abe, para o seu “colega Fumio” e para “todos os seus amigos japoneses”. Terminou referindo, tal como todos os outros líderes que o seu país e os seus cidadãos estarão “do lado do Japão nestas horas difíceis.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse estar profundamente chocado com o “ataque odioso”, uma reacção idêntica à dos restantes líderes mundiais. “A França está com o povo japonês”, acrescentou Macron num texto divulgado na rede social Twitter e endereçando apoio aos familiares e amigos do ex-primeiro-ministro conservador japonês.

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também reagiu à morte de Shinzo Abe, referindo estar “chocado” com o “vil assassinato”. Numa mensagem no site oficial da Presidência, Marcelo deixou as suas condolências e repudiou a “lamentável manifestação de violência”.

“Estou chocado com as notícias sobre o disparo contra o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe”, escreveu também o embaixador de Lisboa em Tóquio, Vítor Sereno, numa mensagem divulgada no Facebook da Embaixada de Portugal no Japão. “Portugal e o Japão são firmes aliados e amigos há muito tempo”, sublinha na mesma mensagem, que termina com cumprimentos à família do ex-primeiro-ministro japonês.

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