Christian da Dinamarca retirado de prestigiado colégio após escândalo

A princesa Isabella também já não vai frequentar o colégio interno Herlufsholm, depois de um documentário ter denunciado vários casos de bullying e abuso sexual.

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Os monarcas justificaram a decisão pela “posição especial como casal do príncipe herdeiro” Keld Navntoft / Kongehuset

O príncipe Frederico e a princesa Maria da Dinamarca vão retirar o filho mais velho, Christian, de 16 anos, do prestigiado colégio interno Herlufsholm. O anúncio foi feito no domingo, na sequência de denúncias de bullying e abuso sexual por estudantes, feitas no documentário Herlufsholm’s Secrets.

O casal real confessou-se “profundamente abalado” com a situação. “Esperamos que a escola faça aquilo que precisa de fazer para rectificar estas condições inaceitáveis”, expôs, num comunicado publicado no site oficial da casa real dinamarquesa.

A princesa Isabella, de 15 anos, também já não vai ser matriculada naquela escola, no próximo ano lectivo, como estava planeado, acrescentaram os pais. Christian, o segundo na linha de sucessão ao trono dinamarquês, frequenta o colégio de Herlufsholm desde Agosto passado.

“Durante o Verão, junto com os nossos filhos, vamos tomar uma decisão em relação à sua futura escolha de escolas”, asseguram Frederico e Maria. No comunicado, os príncipes deixam ainda desejos que os restantes estudantes do colégio possam estudar numa “cultura em que todos prosperam e se sintam seguros”.

Escândalo leva a demissões

A primeira vez que o casal real reagiu ao escândalo foi a 17 de Junho, mas decidiram adiar a decisão de manter ou não o filho naquela instituição. “Como família, precisamos de mais conhecimento para sermos capazes de tomar a decisão certa para os nossos filhos”, explicaram então, em comunicado.

Nesse sentido, reforçaram que a decisão passaria também por ouvir Christian e Isabella. “Somos pais de um filho que está muito feliz por frequentar a escola. E de uma filha que há muito espera começar no mesmo lugar”, garantiram.

No mesmo texto, o casal condena o “bullying, a violência e as indignidades”, considerando-as “inaceitáveis”. E defende: “Temos de responder aos incidentes dolorosos e devastadores insistindo em mudanças que garantam um ambiente seguro para todos.”

Na sequência do escândalo, o colégio interno anunciou no seu site, que vai dar início a uma investigação independente para verificar a veracidade das denúncias de violência, bullying e abuso sexual. Como resultado de um relatório da Agência Nacional para a Educação e Qualidade, o director da escola anunciou a sua demissão, bem como a restante direcção.

Entre possíveis medidas sancionatórias a ser aplicadas estão a devolução de todos os subsídios estatais recebidos desde 8 de Dezembro de 2021, noticia a agência de notícias dinamarquesa Ritzau.

No documentário, lançado em Maio, cerca de 50 antigos alunos relataram ter passado por situações de bullying, violência e abuso sexual com outros estudantes, tendo sido, inclusive, condenado um aluno a seis meses de prisão. Os professores e funcionários do colégio também não terão agido de acordo com as normas na forma como lidaram com as denúncias.


Texto editado por Bárbara Wong

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